O Ensino EAD no Brasil vai acabar? Entenda a polêmica

Após a pandemia, a educação à distância (EAD) no Brasil apresentou um crescimento expressivo, principalmente devido ao distanciamento social. Porém, mesmo após o fim da pandemia, os brasileiros continuaram procurando instituições que oferecem essa modalidade de ensino. 

Apesar disso, agora esse sistema apresenta uma desaceleração. Segundo os números do último Mapa do Ensino Superior no Brasil ainda sejam positivos, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) já alerta para um possível “esgotamento do potencial de crescimento da modalidade”.

O Mapa do Ensino Superior no Brasil foi divulgado pelo Semesp em 2024 e os dados indicam que, entre 2023 e 2024, o aumento no número de polos EAD foi de apenas 10,8%, em contraste com os 46,6% do período anterior. Para Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, os números apontam o fim da pandemia e a retomada das atividades presenciais como os principais fatores para essa redução.

Além da desaceleração, a alta taxa de desistência é um problema persistente para o EAD no Brasil. Capelato atribui parte dessa taxa ao ensino básico público de baixa qualidade, que não prepara adequadamente os alunos para o ensino superior.

Desafios da Modalidade

  • Mensalidades mais baixas: comprometem a sustentabilidade financeira dos cursos.
  • Alta concorrência: entre grandes grupos educacionais.
  • Desconfiança na qualidade: persistente entre potenciais alunos.

Para reduzir as desistências, Capelato sugere:

  • Cursos complementares: para reduzir a defasagem dos alunos.
  • Aumento de tutores: para acompanhar mais de perto a trajetória dos estudantes.

Apesar dos obstáculos, Capelato observa um crescimento histórico que indica um futuro promissor para o EAD, especialmente em cursos de especialização e pós-graduação. Entre 2018 e 2024, o número de polos EAD da rede privada aumentou 263%, atraindo principalmente alunos mais velhos, que representam 45,9% dos estudantes do ensino superior no país.

  • Aulas síncronas: para melhorar a interação entre alunos e professores.
  • Mais interação: para garantir uma melhor experiência educacional.

Com 65,4% dos alunos de especialização frequentando cursos EAD, a modalidade continua a atrair muitos estudantes. A oferta de cursos mais específicos contribui para esse aumento, sugerindo que, com as estratégias certas, o EAD pode manter seu crescimento e relevância no Brasil.

Principais diferenças entre ensino EAD e presencial 

No contexto do ensino superior, existem três modalidades principais de aulas: presenciais, educação à distância (EAD) e híbridas. Cada uma delas possui características únicas, que influenciam de maneiras distintas o processo de aprendizado dos alunos. As aulas presenciais representam o formato tradicional de ensino, onde alunos e professores se encontram fisicamente em uma sala de aula. Neste caso, o modelo facilita o acesso a recursos físicos, como laboratórios e bibliotecas, é um diferencial importante para determinadas áreas de estudo.

Por outro lado, a EAD permite que os alunos estudem remotamente, geralmente por meio de plataformas online. A principal vantagem desta modalidade é a flexibilidade, permitindo que os alunos assistam às aulas e realizem tarefas em horários que melhor se adaptem às suas rotinas, o que é especialmente útil para aqueles que trabalham ou têm outras responsabilidades.

Além desses dois modelos, também existem as aulas híbridas, que por sua vez, combinam elementos das modalidades presencial e EAD, oferecendo o melhor dos dois mundos. Assim, o modelo integra a interação direta das aulas presenciais com a flexibilidade da EAD, proporcionando uma experiência educacional mais equilibrada. Além disso, os alunos podem usufruir tanto dos recursos físicos da instituição quanto das vantagens das plataformas digitais.