Ações da GOL (GOLL4) em queda após rumores de recuperação judicial

Nesta segunda-feira, dia 15 de janeiro, as ações da Gol (GOL4) apresentaram uma queda de mais de 11% na abertura do Ibovespa, após a notícia de que a companhia está considerando a possibilidade de pedir recuperação judicial. 

Nesse sentido, os American Depositary Receipts, conhecidos como ADRs, da empresa, negociados nos Estados Unidos, também sofreram um impacto no pré-market, embora de forma menos intensa, registrando uma queda de 3,4%. Por volta das 15h25, os papéis ainda apresentavam uma retração de 8%, cotados a R$ 6,99.

Gol
As ações da GOL estão em queda esta semana. (Reprodução/Internet)

A empresa está falindo?

Segundo informações da coluna “Painel S.A.” da Folha de S. Paulo, a Gol planeja aderir ao Chapter 11, conhecido como Capítulo 11, da lei de falências dos Estados Unidos. Apesar disso, a decisão é justificada pela empresa como mais vantajosa em comparação com o processo brasileiro de recuperação judicial. Dentre ambos os benefícios citados, o primeiro demonstra maior facilidade na obtenção de financiamentos no exterior e a previsibilidade das regras, tornando a opção mais viável. 

No entanto, os esforços da companhia para viabilizar um plano de reestruturação de dívidas fora dos tribunais, fontes indicam que a complexidade das negociações é um desafio significativo. Assim, diversos interesses, desde credores financeiros até arrendadores de aeronaves, estão envolvidos, tornando o cenário bastante complexo. Além disso, existe a questão do receio de alguns stakeholders, que são expressos pelo comentário de arrendadores de aeronaves, que afirmam que a recuperação judicial no Brasil “só permite conhecer como começa, jamais como termina”.

Portanto, ao se comparar com a concorrente Latam, que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em maio de 2020, a Gol enfrenta a complicação de não ter uma presença robusta no mercado norte-americano, algo que levanta a possibilidade de o processo ser recusado, o que acarretaria em maiores gastos e perda de tempo para a empresa ao recorrer à Justiça brasileira.

O que está sendo feito para reverter a situação?

Conforme divulgado, consultores e advogados já foram acionados pela Gol, incluindo o escritório Pinheiro Guimarães Advogados e assessoria do Milbank, Lefosse e TWK, além da consultoria de Seabury Capital, especializada em reestruturação de dívidas no setor aéreo.

Além disso, a dívida total da Gol é estimada em R$ 20 bilhões, sendo que R$ 3 bilhões vencem em até 12 meses. Neste caso, as agências de risco e fontes informam que o caixa da companhia seria insuficiente para honrar os compromissos a curto prazo.

Em nota, a Gol declarou que o foco da empresa está na confiabilidade de suas operações e na melhoria da experiência de viagem para os clientes. A companhia está em discussões com stakeholders financeiros sobre opções que proporcionem maior flexibilidade financeira, incluindo a busca por capital adicional para financiar as operações.

Investor Day

Em dezembro, durante o “Investor Day”, a Gol forneceu detalhes sobre as dificuldades enfrentadas, destacando a insuficiência de liquidez para colocar em operação suas 20 aeronaves paradas. Dessa forma, os custos estimados para tal ação eram de até US$ 250 milhões, enquanto a posição de caixa da empresa era de R$ 994 milhões no terceiro trimestre de 2023, demonstrando um prejuízo para a empresa e aos colaboradores.