OMS libera lista com 15 Bactérias Consideradas Ameaças à Saúde Humana

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente uma lista atualizada de 15 bactérias que representam uma ameaça significativa à saúde humana, devido à crescente resistência aos antibióticos. Esta lista, revisada pela última vez em 2017, destaca a urgência de ações para lidar com a resistência antimicrobiana e o desenvolvimento de novos tratamentos para combater esses patógenos.

As bactérias listadas pela OMS são classificadas em três categorias de prioridade: média, alta e crítica. Na categoria crítica, a mais preocupante, estão quatro patógenos particularmente perigosos: Acinetobacter baumannii, Mycobacterium tuberculosis e dois tipos de enterobactérias resistentes aos tratamentos com as classes de antibióticos carbapenem e cefalosporina. Esses micro-organismos são considerados ameaças globais devido à sua capacidade de resistir aos tratamentos e transmitir essa resistência a outras bactérias.

Desafios à Saúde Pública para OMS

Além das bactérias classificadas como críticas, a lista inclui outras de alta e média prioridade. Entre elas estão a Salmonella e a Shigella, comumente encontradas em países em desenvolvimento, além de patógenos como Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus, que causam infecções persistentes e são frequentemente resistentes a múltiplos antibióticos. Esses desafios representam uma preocupação para os sistemas de saúde, exigindo investigação e intervenções de saúde pública para enfrentá-los adequadamente.

A resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos ou parasitas deixam de responder aos medicamentos, tornando as doenças mais difíceis de tratar e aumentando o risco de contágio, mortalidade e gravidade das patologias. Um dos principais fatores que contribuem para esse problema é o abuso de antibióticos, tanto na medicina humana quanto na veterinária.

Impacto da Pandemia de COVID-19

Um relatório recente da OMS destacou o uso excessivo de antibióticos durante a pandemia de COVID-19, especialmente por pacientes hospitalizados com a doença. Embora apenas 8% dos pacientes hospitalizados com COVID-19 apresentavam infecções bacterianas que requerem antibióticos, esses medicamentos foram prescritos para três em cada quatro pacientes. Esse uso indiscriminado de antibióticos durante a pandemia pode ter exacerbado a resistência antimicrobiana, tornando ainda mais difícil o tratamento de infecções bacterianas.

Diante desse cenário preocupante, a chefe do departamento antimicrobiano da OMS, Yukiko Nakatani, alertou para a intensificação da ameaça da resistência antimicrobiana, que mina a eficácia de diversos antibióticos e compromete os avanços na medicina moderna.

A necessidade urgente de desenvolver novos tratamentos e implementar medidas para combater essa resistência é evidente, com a esperança de evitar um cenário em que as infecções comuns se tornem novamente incuráveis.

A divulgação dessa lista pela OMS serve como um lembrete da importância de abordar a resistência antimicrobiana como uma questão de saúde pública global, exigindo ações coordenadas em níveis local, nacional e internacional para proteger a saúde humana e preservar a eficácia dos tratamentos antimicrobianos.