Nem El Niño, nem La Niña: JUNHO deve ser um mês de neutralidade; entenda

Em junho, o Oceano Pacífico permanece em um estado de neutralidade, sem a influência de El Niño ou La Niña. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos, no entanto, indica que uma transição de El Niño para neutralidade está inminente. 

A NOAA monitora a situação semanalmente, segundo o último boletim divulgado, os números apontam uma possível anomalia de temperatura da superfície do mar de +0,1ºC na região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é utilizada para determinar a presença de El Niño ou La Niña. Neste caso, o valor está dentro da faixa de neutralidade de -0,4ºC a +0,4ºC.

A região Niño 3.4 tem mantido esses valores de anomalia de temperatura da superfície do mar em neutralidade por quatro semanas consecutivas. Em contraste, a região Niño 1+2, próxima às costas do Equador e do Peru, registrou uma anomalia de -1,1ºC, indicando condições de La Niña costeira. No entanto, esta área não é usada para determinar oficialmente um evento de La Niña.

A previsão para o restante de junho é que as águas do Pacífico Equatorial se resfriem ainda mais, mantendo uma neutralidade de curta duração. Durante o inverno, espera-se que a La Niña seja declarada, embora mais tarde do que algumas projeções iniciais sugeriram. A mais recente estimativa do Centro de Previsão Climática (CPC) da NOAA para o trimestre de inverno de junho a agosto indica uma probabilidade de 1% para El Niño, 39% para neutralidade e 60% para La Niña.

Apesar disso, na primavera, entre setembro e novembro, existe a possibilidade de 1% para El Niño, 16% para neutralidade e 83% para La Niña. Dessa forma, os dados indicam que o La Niña deve predominar nos próximos meses. 

Neutralidade entre os fenômenos 

O momento de neutralidade entre El Niño e La Niña, conhecido como fase neutra do El Niño-Oscilação Sul (ENSO), ocorre quando as condições do oceano Pacífico central e oriental estão próximas da média histórica. 

Durante essa fase, as temperaturas da superfície do mar não apresentam os extremos de aquecimento associados ao El Niño, nem os extremos de resfriamento característicos da La Niña. Esse equilíbrio resulta em uma menor influência sobre os padrões climáticos globais, comparado aos períodos em que El Niño ou La Niña estão ativos.

A previsão indica que a fase neutra pode trazer mudanças, como os ventos alísios, que sopram de leste para oeste ao longo do Pacífico equatorial, tendem a soprar com intensidade e direção normais. Isso ajuda a manter as temperaturas da superfície do mar dentro de uma faixa próxima da média, sem as grandes variações que são observadas durante os eventos de El Niño ou La Niña. 

As condições atmosféricas também se mantêm mais estáveis, o que pode resultar em padrões climáticos mais previsíveis e típicos para muitas regiões. Mesmo na fase neutra, pequenas variações podem ocorrer, mas em geral, os impactos climáticos globais são menos pronunciados e mais alinhados com as médias sazonais. 

No entanto, a neutralidade não garante ausência de eventos climáticos extremos, já que outros fatores também influenciam o clima global. A fase neutra do ENSO proporciona um período de relativa estabilidade climática, permitindo que cientistas monitorem as condições oceânicas e atmosféricas em preparação para possíveis transições para El Niño ou La Niña.