Inacreditável! Mulher leva cadáver ao banco na intenção de sacar R$ 17 MIL

Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, foi presa após levar um cadáver a uma agência bancária em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com a intenção de sacar R$ 17 mil de um empréstimo feito em nome de Paulo Roberto Braga, um idoso de 68 anos que estava morto em uma cadeira de rodas.

O episódio, que parece roteiro de filme de suspense, mas que na verdade trata-se de um caso real, surpreendeu os cidadãos do Rio de Janeiro na noite da última terça-feira (16), e em minutos ganhou repercussão nacional, chocando todo o Brasil.

Mulher leva cadáver ao banco na intenção de sacar R$ 17 MIL

O idoso, que era cuidado por Érika e com quem ela alegava ter laços de parentesco, havia falecido poucas horas antes do incidente, de acordo com o relato de um dos atendentes do Samu que foi chamado no local para prestar atendimento ao cadáver.

A mulher disse em depoimento a polícia que é sobrinha do idoso. Os investigadores confirmaram uma relação de parentesco entre os dois, embora apontem que seriam primos, e não tia e sobrinho como inicialmente alegado por Érika.

De acordo com o depoimento da acusada, ele havia sido internado com pneumonia e recebera alta na última segunda-feira (15), um dia antes do incidente. A informação foi confirmada pela empresa gestora da UPA de Bangu, que revelou que Paulo Roberto ficou internado entre os dias 08 e 15 de abril por conta de um quadro de infecção pulmonar.

Já em casa, segundo Érika, ele teria expressado o desejo de sacar a quantia referente a um empréstimo solicitado no dia 25 de março, quando ainda estava hospitalizado. A decisão de sacar o dinheiro foi motivada pelo desejo do idoso de comprar uma televisão nova e realizar obras em casa. Por isso ela levou Paulo ao banco para efetuar o saque.

Mulher e cadáver foram ao banco em carro de aplicativo

Érika revelou que solicitou um carro de aplicativo e que o motorista a ajudou a colocar o idoso no veículo. A polícia está a procura do motorista para ouvir o depoimento. Além disso, segundo a mulher, quando saiu de casa o idoso estava debilitado mas consciente, e só parou de responder dentro do banco.

O caso ganhou ainda mais notoriedade quando imagens gravadas por funcionários da agência bancária mostraram Érika tentando fazer com que o cadáver de Paulo Roberto assinasse os documentos necessários para o saque. Ela conversava com o idoso normalmente, como se ele estivesse vivo. Veja:

Funcionários do banco, suspeitando da condição do idoso, acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito, já evidenciado por sinais de livores mortis no corpo, que são manchas escuras que aparecem após um tempo da morte devido a falta ou acumulo de sangue.

Contudo, segundo o depoimento de Érika, era possível perceber o idoso respondendo aos estímulos do Samu na tentativa de ressuscitação, o que pode ser explicado pelos movimentos causados pelo procedimento, como massagem cardíaca ou uso do desfibrilador.

A mulher foi autuada por furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Já o corpo do idoso foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio de Janeiro. Lá, serão realizados exames com o objetivo de descobrir a causa da morte e o horário aproximado em que a tragédia ocorreu.

Cadáver no banco: Outros casos semelhantes

Este não é o primeiro caso em que cadáveres foram utilizados em tentativas de fraude bancária no Brasil.

Em março de 2021, uma mulher não identificada levou o corpo de seu ex-marido a uma agência do Bradesco, em Goiânia, na tentativa de sacar os benefícios do falecido.

A estratégia incluiu posicionar o corpo em uma cadeira de rodas, de costas para o atendente. A suspeita abandonou o local após a chegada da polícia, que foi alertada pelo gerente do banco.

Outro caso similar ocorreu em outubro de 2020, na cidade de Campinas (SP). Uma mulher levou um idoso morto em uma cadeira de rodas até uma agência do Banco do Brasil, com a intenção de realizar a “prova de vida” do pensionista e sacar sua aposentadoria.

A fraude foi descoberta quando, na tentativa de acelerar o atendimento, a mulher alegou que o companheiro estava passando mal, levando ao acionamento do Corpo de Bombeiros, que confirmou o óbito.

Com informações de O Globo e Metrópoles.