FIM do WhatsApp gratuito: Operadora de celular anuncia péssima notícia e decepciona clientes

As operadoras de telefonia brasileiras estão considerando encerrar o acesso gratuito ao WhatsApp, Facebook, Instagram e X (antigo Twitter), seguindo uma tendência já adotada em outros países como Índia e algumas nações europeias.

Entenda o que deve acontecer com o WhatsApp e outras redes

A estratégia inicial de oferecer acesso ilimitado a aplicativos populares foi projetada para atrair consumidores, garantindo que o uso dessas ferramentas não consumisse o pacote de dados contratado. No entanto, com a chegada do 5G, as operações tornaram-se mais caras, demandando uma quantidade maior de dados e forçando as operadoras a buscarem alternativas para evitar prejuízos.

Atualmente, as principais empresas de telefonia no Brasil oferecem acesso ilimitado ao WhatsApp sem cobrar pelo tráfego de dados móveis, uma prática conhecida como “zero rating”. Essa estratégia permite que determinados aplicativos sejam excluídos da contagem de dados, atraindo clientes e estabelecendo acordos entre as operadoras e as empresas de tecnologia para cobrir os custos do fornecimento de dados.

Veja o que acham as operadoras

A Vivo é uma das operadoras que está avaliando internamente a possibilidade de encerrar o acesso ilimitado ao WhatsApp. Christian Gebara, diretor-presidente da Vivo, argumenta que o WhatsApp deixou de ser apenas um aplicativo de mensagens, tornando-se uma plataforma de compartilhamento de fotos e vídeos, o que aumenta significativamente o tráfego na rede. Ele defende uma distribuição mais equitativa dos custos entre as operadoras e as plataformas responsáveis pelo aumento do tráfego.

A Claro, que oferece o uso ilimitado de vários aplicativos, incluindo WhatsApp, Waze, Instagram, TikTok e Facebook, também está revendo a prática do “zero rating”. José Felix, presidente do grupo Claro Brasil, afirmou que não tem dúvida de que o “zero rating” foi um erro e um equívoco.

A TIM, que garante acesso livre ao WhatsApp e Deezer em seus planos, também está reavaliando a estratégia. Fábio Avellar, diretor de receitas da TIM, destacou que o tráfego não remunerado gera prejuízo, e a empresa precisa avaliar se a estratégia atrai clientes suficientes para cobrir os custos.

Embora não haja decisões oficiais tomadas, a possibilidade do fim do acesso gratuito ao WhatsApp preocupa os usuários e sinaliza mudanças significativas no modelo de negócios das operadoras brasileiras diante dos desafios impostos pelo 5G.

O que diz o código do consumidor

O especialista em direito dos negócios, Lucas Euzébio, esclarece que as operadoras não podem revisar contratos em andamento, mas têm permissão para realizar alterações em pacotes após o vencimento, uma vez que os planos apresentam uma validade definida na contratação. Ele enfatiza a importância de garantir o direito à informação do consumidor. 

“Os contratos não são imutáveis, mas tem que estar super claro, a partir do vencimento do plano, quais serviços não vão ser ilimitados. É direito do consumidor exigir que as fornecedoras de serviço deixem claro que a rede não é ilimitada. As operadoras também têm obrigação de educar o consumidor, definindo quais serviços gastam mais que outros [áudio e vídeo gastam mais do que texto, por exemplo]”, diz Euzébio.