Condutor de Porsche que abre o jogo após acidente que matou motorista de aplicativo e feriu outra pessoa

Na madrugada do dia 31 de março, um acidente trágico tirou a vida do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, em São Paulo. O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, estava presente no local do acidente e afirmou às autoridades não se lembrar dos eventos que levaram à colisão.

Segundo relatos, Fernando estava acompanhado de sua mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, na ocasião. Foram analisadas imagens de câmeras corporais dos agentes policiais, que mostram os dois tentando deixar o local do acidente por volta das 3h da manhã. No entanto, foram impedidos por uma policial militar que solicitou a qualificação do jovem antes de liberá-lo.

Durante o questionamento policial, Fernando afirmou que estavam saindo de uma festa e que iriam jogar sinuca em sua casa quando o acidente ocorreu, mas declarou não se lembrar dos detalhes. No entanto, sua mãe, visivelmente preocupada com a saúde do filho, pediu para que ele fosse liberado para receber atendimento médico, sugerindo que ele poderia ter batido a cabeça.

Após os questionamentos, a polícia concordou em liberar a família, e eles deixaram o local do acidente no carro da mãe, sob a alegação de que iriam para o Hospital São Luiz. No entanto, ao chegarem à unidade Anália Franco do hospital, os PMs foram informados de que Fernando não havia dado entrada no pronto-socorro, nem em qualquer outro endereço da rede hospitalar.

Sobre a investigação 

Depois de 30 horas do ocorrido, Fernando se apresentou à Polícia Civil alegando querer afastar indícios de embriaguez. Dessa forma, o Ministério Público considerou que os envolvidos agiram de forma a tentar se furtar da aplicação da lei penal, e a mãe de Fernando foi apontada como coautora no crime de fuga de local.

Segundo a promotora Monique Ratton, da 6ª Promotoria de Justiça da Primeira Vara do Júri da Capital, houve a intenção de atrapalhar as investigações: “O que denota que os envolvidos agiram de forma a tentar se furtar da aplicação da lei penal já tendo desrespeitado solicitações policiais durante o momento do flagrante do crime, trazendo prejuízos à investigação, o que demonstra que não houve pedido arbitrário ou ilícito de prisão no caso”, informou.

Detalhes do acidente 

O acidente envolveu dois carros, o primeiro sendo um Porsche 911 Carrera GTS , que era dirigido pelo empresário de 24 anos. O veículo ultrapassou o limite de velocidade, chegando a 156 km/h pouco antes do acidente. Após a colisão, o acidente resultou na morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, de acordo com o laudo da Polícia Técnico-Científica.

Além disso, o acidente aconteceu na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, que determina o limite de velocidade de até 50 km/h. Fernando dirigia o Porsche três vezes acima do limite permitido. Por enquanto, a defesa do empresário não apresentou nenhuma manifestação sobre o assunto. 

Além do Porsche dirigido por Fernando, o Renault Sandero do motorista de aplicativo foi atingido na traseira durante a colisão. O motorista de aplicativo veio a óbito, mas não foi a única vítima. O amigo de Andrade Filho, motorista do Porsche, também foi ferido durante o acidente, sendo submetido a uma cirurgia para a remoção do baço. Ele acompanhava o empresário no banco do passageiro. 

Após as investigações, Fernando foi indiciado pelos crimes de homicídio com dolo eventual, fuga do local e lesão corporal, e teve o pedido de prisão preventiva solicitado pela polícia.