Cometa do século vai passar próximo à Terra: veja de onde você poderá ver
O cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, chamado de “o cometa do século”, é um dos fenômenos astronômicos mais importantes de 2024. Ele atingiu sua visibilidade máxima desde 12 de outubro, e essa é uma oportunidade única, pois não retornará à vizinhança da Terra por 80 mil anos.
Descoberto no ano passado pelo observatório Tsuchinshan-ATLAS na China, o cometa passou pelo periélio no final de setembro. Apesar das preocupações de desintegração devido à radiação solar, ele sobreviveu quase intacto e se aproximará da Terra a cerca de 70 milhões de quilômetros.
Neste texto você encontrará:
Veja também: Cientistas encontram forma que promete desviar asteroides de até 4km de colidir com a Terra
Onde ver?
Robert Massey, vice-diretor da Royal Astronomical Society do Reino Unido, destaca que cometas brilhantes são raros e recomenda que, se tiver a oportunidade de observá-los, mesmo com binóculos, o faça, pois são impressionantes. Desde o final de setembro, o cometa tem sido visível no hemisfério sul, próximo ao horizonte.
A partir de meados de outubro, a NASA informa que poderá ser avistado no hemisfério norte, mais alto no céu durante o entardecer, e quase invisível durante o dia. Bill Cooke sugere encontrar um local com baixa poluição luminosa para a observação, preferencialmente após o pôr do sol, quando ele aparecerá cerca de 10 graus acima do horizonte, entre as constelações de Escorpião e Sagitário.
Cometas brilhantes
Cometas brilhantes visíveis da Terra são raros, justificando o título do Tsuchinshan-ATLAS. Ao contrário dos asteroides, que são apenas rochosos, os cometas são compostos de gelo, rocha e gás. Quando se aproximam do Sol, o calor transforma o gelo em gás, liberando poeira e formando a cauda característica.
Desde sua descoberta em janeiro de 2023, especulou-se que o Tsuchinshan-ATLAS poderia ser um dos mais brilhantes dos últimos anos, embora as expectativas tenham diminuído. Fotógrafos conseguiram capturar imagens impressionantes de sua luminosidade com técnicas de longa exposição.
A NASA relata que, nos últimos 300 anos, apenas nove cometas foram brilhantes o suficiente para serem vistos durante o dia, com os últimos sendo o West em 1976 e o Hale-Bopp em 1997. O brilho deles é medido em uma escala semelhante à das estrelas, desenvolvida por Hiparco e aprimorada por Ptolomeu, com valores menores indicando maior visibilidade.
Atualmente, o brilho do Tsuchinshan-ATLAS varia entre 2 e 4 na escala, enquanto a estrela mais brilhante, Sirius, tem uma magnitude de -1,46; Vênus pode chegar a -4, e a Estação Espacial Internacional, em algumas ocasiões, atinge -6.