Urgente! Pesquisa aponta resíduos de chumbo e cádmio em chocolates

Uma pesquisa recente nos Estados Unidos, publicada na revista Frontiers in Nutrition, descobriu que chocolates amargos e outros produtos feitos com cacau contêm chumbo e cádmio, metais altamente neurotóxicos que representam riscos significativos à saúde.

O estudo destaca que a presença desses metais pesados pode estar associada ao desenvolvimento de doenças crônicas, câncer e problemas reprodutivos, com impacto particularmente severo em crianças. Chumbo e cádmio são elementos que ocorrem naturalmente na crosta terrestre, estando, portanto, presentes no solo onde o cacau é cultivado.

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Pesquisa sobre metais no chocolate

No entanto, certas regiões apresentam níveis mais elevados de toxicidade, resultantes do uso excessivo de fertilizantes e da poluição industrial constante. Curiosamente, mesmo os chocolates amargos orgânicos, cultivados em locais com menos pesticidas, exibiram altas concentrações desses metais.

Ao longo de oito anos, entre 2014 e 2020, o estudo analisou 72 produtos de cacau. Os resultados mostraram que 43% desses produtos ultrapassaram o limite máximo de chumbo estabelecido pela Proposição 65 da Califórnia, que é mais rigorosa que as normas federais, enquanto 35% excederam os níveis permitidos de cádmio.

Jane Houlihan, da organização Healthy Babies Bright Futures, observa que os níveis médios de chumbo e cádmio nos produtos de cacau analisados no estudo são iguais ou superiores aos valores registrados pela FDA nos alimentos mais contaminados. Apesar dos riscos, a National Confectioners Association defende que chocolates e produtos de cacau são seguros para consumo, desde que sejam consumidos com moderação.

Impacto do consumo

O chumbo pode afetar o desenvolvimento cerebral das crianças, resultando em uma redução do QI, alterações de comportamento e desempenho escolar inferior. Além disso, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA classifica o cádmio como um provável carcinógeno humano, com o potencial de causar danos aos rins a longo prazo.

Tewodros Godebo, professor de geoquímica ambiental, destaca que crianças podem absorver até 100% do chumbo ingerido quando estão com o estômago vazio, o que aumenta significativamente os riscos. Embora não seja possível eliminar totalmente a exposição a contaminantes, é crucial que os consumidores façam escolhas informadas sobre o que consomem.

Para adultos saudáveis que consomem chocolate amargo em quantidades moderadas, os riscos são relativamente baixos. Leigh Frame, diretora executiva da George Washington University, sugere que uma porção típica de 28 gramas por dia apresenta um risco mínimo. No entanto, é importante estar ciente de outras fontes de chumbo no ambiente, como tintas à base de chumbo em edifícios antigos.