Viagens de brasileiros aos Estados Unidos podem ser afetadas pelo tarifaço imposto por Trump?

O turismo nos Estados Unidos é um dos setores mais significativos da economia do país, representando uma importante fonte de exportação de serviços. 

Em 2023, o setor contribuiu com US$ 2,36 trilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) americano, superando os números pré-pandemia. No entanto, o cenário pode sofrer alterações devido às tarifas de importação anunciadas pelo presidente Donald Trump, que têm como alvo principal a China, o México e o Canadá, os maiores parceiros comerciais dos EUA.

Essas tarifas podem ter um impacto significativo no turismo, uma vez que empresas como J.P. Morgan e Goldman Sachs preveem um enfraquecimento nas viagens e uma redução nos lucros das companhias do setor. 

Estima-se que a diminuição dos gastos com viagens ao exterior possa reduzir o PIB dos EUA em até 0,3% neste ano. Apesar disso, o Escritório Nacional de Viagens e Turismo dos EUA (NTTO) prevê um aumento nas visitas internacionais ao país, com a expectativa de receber 77,1 milhões de estrangeiros em 2025.

Como as tarifas afetam o turismo receptivo?

As tarifas de importação não são o único fator que pode impactar o turismo nos EUA. A política de controle migratório, intensificada com Trump, também desempenha um papel central. 

Medidas como a deportação de imigrantes têm consequências negativas sobre o turismo receptivo, tornando o país menos atraente para visitantes internacionais. 

Além disso, as tarifas podem aumentar a inflação e os preços dos produtos nos EUA, afetando diretamente o turismo de compras, popular entre brasileiros e viajantes de países em desenvolvimento. Com produtos mais caros, a atratividade do turismo de compras diminui, impactando negativamente o setor.

Quais são as perspectivas para o turismo de negócios e lazer?

O turismo de negócios, que sustenta o transporte aéreo mundial com um ticket médio elevado, também pode ser afetado pelas tarifas. No entanto, há uma oportunidade para o Brasil aumentar sua correlação com os EUA e outros mercados, fortalecendo o turismo de negócios. 

Por outro lado, o turismo de lazer pode ver uma diminuição, com países europeus e o Canadá se tornando destinos mais atraentes para os brasileiros.

Apesar das incertezas, especialistas acreditam que o brasileiro continuará viajando para os EUA, seja a trabalho ou lazer, devido à estabilização do câmbio.

O futuro do turismo nos EUA

O futuro do turismo nos Estados Unidos permanece incerto, com as tarifas de importação de Trump gerando dúvidas sobre seu impacto. 

Enquanto alguns especialistas acreditam que o turismo brasileiro para os EUA não será tão afetado, outros apontam para um possível favorecimento de destinos concorrentes. Com tarifas de 10% sobre produtos nacionais, o Brasil é um dos países menos afetados na guerra comercial, o que pode influenciar as decisões de viagem dos brasileiros.

Em meio a essas incertezas, o setor de turismo nos EUA continua a se adaptar às mudanças econômicas e políticas, buscando maneiras de manter sua posição como um dos principais destinos turísticos do mundo.