Venezuela Central no primeiro país a perder as suas geleiras

Localizada no Pico Humboldt, a última das cinco geleiras venezuelanas está prestes a desaparecer completamente. A geleira La Corona já foi conhecida como uma das grandes geleiras da América do Sul, mas hoje restam apenas uma rocha exposta e um pequeno pedaço de gelo.

Os pesquisadores estimam que a geleira pode terminar de desaparecer em 4 ou 5 anos. Por enquanto, as autoridades estão tentando salvá-las. Uma das técnicas utilizadas foi cobri-la com uma manta gigante, que deve desacelerar o seu derretimento. Porém, o método é considerado controverso, embora seja muito utilizado na Europa. 

Ao todo, a Venezuela tinha cinco geleiras, sendo quase 1.000 hectares de gelo. Entre os séculos XIX e XX, com os gases do efeito estufa, as geleiras começaram a derreter e foram desaparecendo ao longo dos anos. A La Corona foi a única que sobrou, mas está em estado crítico e a chance dela desaparecer por completo em breve é grande. 

“O recuo dos glaciares é um processo natural, acelerado pelas mudanças climáticas, mas neste caso o que resta do gelo está no topo e numa superfície muito pequena que não chega a dois hectares. Nessas condições, os especialistas consideram que “o processo de desaparecimento deste remanescente da geleira é irreversível”, explica Elides Sulbarán, engenheiro florestal venezuelano, ao lembrar da paisagem branca do glaciar La Corona. 

Por enquanto, ecologistas estão fazendo o possível para tentar salvar o que resta da geleira. Um abaixo-assinado está sendo realizado para evitar a colocação da capa no glaciar, porque os especialistas duvidam da eficácia do método, já que ele pode contribuir para a degradação da vegetação local e atrapalhar os estudos que são realizados na geleira para impedir seu derretimento. 

Geleiras da América do Sul em risco

Embora a Venezuela seja o primeiro país da América do Sul a perder as geleiras, não é o único país nesta situação. Outros países estão sendo afetados pelo derretimento de seus glaciares e a situação é preocupante na maioria deles, já que as geleiras são importantes para a vida na Terra. 

Os especialistas acreditam que os Andes, por exemplo, perderam uma parte de sua massa glaciar até o final do século. Embora a expectativa pareça distante, as medidas preventivas devem começar agora para impedir que isto aconteça. 

No Equador, o Chimborazo, um estrato vulcão, está passando por uma situação semelhante. Atualmente, é considerado o pico mais alto dos Andes equatoriais, a região chega a cerca de 50 mil km² de extensão. Além de ser a mais alta montanha do país e do mundo, mas corre o risco de perder uma parte de sua extensão devido ao derretimento do gelo. 

Por outro lado, na Argentina, a Upsala, uma geleira do Parque Nacional Los Glaciares, está começando a desaparecer. Atualmente, os campos de gelo cobrem uma extensão de 765 km² e o glaciar possui uma extensão de 53,7 km, sendo o terceiro mais longo da América do Sul. Porém, também enfrenta problemas relacionados ao derretimento do gelo. 

Até o momento, poucos países da América do Sul anunciaram que estão tomando medidas preventivas para evitar que o gelo derreta e torne a situação mais crítica do que já é.