As enchentes no Rio Grande do Sul afetaram não apenas residências e comércios, mas também muitos carros. Diante dessa situação, muitos proprietários de automóveis se perguntam se é possível recuperar seus carros após serem atingidos por inundações.
O primeiro passo para saber se seu carro pode ser recuperado é verificar a apólice de seguro. Segundo Antonio Azevedo, vice-presidente de Auto da Alper Seguros, a maioria dos contratos básicos já contempla a proteção contra eventos climáticos como enchentes. Isso significa que as seguradoras são obrigadas a ressarcir perdas nesse cenário.
No entanto, é essencial que o proprietário tenha contratado um seguro total. Planos de coberturas parciais, como apenas para terceiros ou contra incêndio e roubo, deixam o cliente desprotegido em casos de desastres naturais.
Se a apólice cobrir eventos naturais, o próximo passo é iniciar o processo de ressarcimento. Quando os danos somam mais de 75% do valor do veículo, o carro é considerado perda total (PT), e a indenização é de 100% do valor da Tabela Fipe.
Veja a seguir:
Processo de Recuperação do Carro
Se a recuperação do carro for autorizada, o procedimento começa com a análise dos danos e a elaboração de um orçamento. Alexandre Dias, dono da rede de oficinas Guia Norte Auto Center, explica que a primeira checagem é feita no motor. Se a água atingir até a metade da roda do carro, os danos são menores. No entanto, se a água subiu até a altura do volante ou mais, as chances de recuperação diminuem drasticamente, especialmente se o carro estiver ligado, o que pode causar calço hidráulico.
A segunda checagem é feita no sistema de transmissão, especificamente no câmbio automático. Se a água entrou no câmbio, é perda total, devido à complexidade e ao custo de reparação. Se o motor e o câmbio estiverem em bom estado, ambos são desmontados para limpeza e substituição do óleo lubrificante.
Em seguida, os módulos eletrônicos do carro são verificados. Com a crescente dependência de tecnologias como módulos e chips, substituí-los é crucial para evitar problemas futuros. A última etapa envolve a verificação e limpeza da parte elétrica e do interior do veículo. Cada componente elétrico é testado e higienizado, assim como o interior, para eliminar contaminações e odores.
Duração do Processo de Indenização
A rapidez da indenização depende da velocidade com que o proprietário reúne a documentação necessária. No caso do Rio Grande do Sul, onde muitos documentos foram perdidos, é importante agir rapidamente, pois a maioria das apólices exige que o sinistro seja aberto em até 30 dias após o ocorrido. Com a documentação em ordem, a indenização pode ser liberada em até 15 dias.
A recuperação de um carro após uma inundação depende de vários fatores, incluindo a extensão dos danos e a cobertura do seguro. Em muitos casos, a perda total é declarada devido aos altos custos de reparação. Entender os detalhes do processo pode ajudar os proprietários a tomar decisões informadas e garantir que recebam a compensação adequada.