Há aproximadamente dez anos, uma cratera no litoral do estado de São Paulo, possivelmente formada por um meteoro, vem sendo estudada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Situada em uma área totalmente isolada e de difícil acesso na Serra do Mar, em Ubatuba, essa cratera possui um formato quadrado, com cada lado medindo mais de 1,3 km de extensão, e atinge uma profundidade de 300 metros.
Paulo Roberto Martini, geólogo e pesquisador do Inpe, afirma que o impacto responsável pela formação da cratera ocorreu após a formação da morfologia da Serra do Mar, há aproximadamente 5,3 milhões de anos. Segundo Martini, “considerando uma taxa de deposição de 1 metro de sedimentos a cada 100 anos, podemos estimar que ela se formou entre 30 mil e 40 mil anos atrás.” Esse cálculo é baseado na taxa observada de sedimentação.
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Cratera de Ubatuba
A cratera de Ubatuba apresenta sedimentos que se originaram das montanhas circundantes, mas também pode abrigar sedimentos marinhos. Segundo Martini, se essa hipótese for confirmada, o impacto que criou a cratera poderia ter ocorrido após o último grande aumento do nível do mar, cerca de 7 mil anos atrás. Essas possibilidades estão sendo ativamente investigadas pelos pesquisadores.
O acesso à cratera é altamente restrito e perigoso, sendo permitido apenas para cientistas e pesquisadores que possuam autorização governamental. Esta restrição é necessária devido à localização remota e à dificuldade de acesso, além de servir como uma medida de preservação do local para fins de pesquisa científica.
Segunda no mesmo estado
Além da Cratera do Meteoro de Ubatuba, o estado abriga outra formação geológica notável: a Cratera de Colônia. Esta cratera se caracteriza por uma depressão circular que mede 3,6 quilômetros de diâmetro, 400 metros de profundidade e possui bordas com 120 metros de altura.
Localizada no distrito de Parelheiros, especificamente no bairro Vargem Grande, a cerca de 40 quilômetros do ponto central da cidade de São Paulo, esta cratera foi oficialmente protegida pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) em 2003. Posteriormente, em 2009, recebeu o título de Monumento Geológico pelo Conselho Estadual de Monumentos Geológicos.
A Cratera de Colônia foi encontrada por acidente no início dos anos 1960, inicialmente identificada através de fotografias aéreas e posteriormente confirmada por imagens de satélite. Estudos conduzidos ao longo das últimas seis décadas sugerem que essa cratera se originou devido ao impacto de um corpo celeste, possivelmente um meteoro ou cometa, entre 5 e 36 milhões de anos atrás.