Veja lista de estados brasileiros que ficam em alerta com a chegada do La Niña

Recentemente, os cientistas no mundo inteiro estão estudando um fenômeno meteorológico que deve proporcionar quedas de temperatura em diversos países. Assim como o El Niño, o La Niña é um fenômeno natural que afeta o clima na Terra, podendo trazer algumas consequências em diversas regiões do mundo. O Climatempo divulgou a lista dos estados brasileiros que ficam em alerta.

Segundo dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), órgão que executa o monitoramento de mudanças e fenômenos climáticos no mundo, existe 75% do fenômeno climático La Niña acontecer entre 2024 e 2025. Embora tenha previsão de acontecer um período neutro, quando o La Niña se inicia.

No Brasil, o fenômeno também pode trazer possíveis impactos, principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Para especialistas, o inverno deste ano deve contar com a presença do fenômeno e suas consequências. Assim, entre julho e agosto, podemos ter o início do La Niña, o que traz impactos extremamente importantes para o clima no país. 

Situação no Brasil 

A porta-voz da Climatempo, Luiza Cardoso, alerta que os produtores do Sul, Centro-Oeste, Centro-Norte de São Paulo e Triângulo Mineiro devem estar atentos. No Sul, há risco de estiagem, o que pode prejudicar as lavouras de milho e soja. 

Dessa forma, a previsão é de chuva abaixo da média em outubro, impactando negativamente as plantações recentes. Até o início da primavera, há mais chances de picos de frio e geadas tardias, que podem afetar cultivos sensíveis e a fase final do trigo.

No Centro-Oeste, Centro-Norte de São Paulo e Triângulo Mineiro, há risco de atraso na chuva da primavera, o que pode postergar o plantio da soja e do milho de verão. Picos de frio tardio podem ocorrer no sul do Mato Grosso do Sul, mas sem impactos significativos. Em contrapartida, durante os períodos de La Niña, é comum ocorrerem chuvas acima da média na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Apesar das expectativas de chuvas acima da média no Matopiba em tempos de La Niña, para março de 2025 não se espera tanta precipitação, mesmo com o plantio tardio na região. Por enquanto, os pesquisadores acreditam que o fenômeno pode trazer alguns prejuízos pontuais, mas os possíveis impactos só poderão ser compreendidos com maior precisão no futuro. 

Diferenças entre La Niña e El Niño 

Ambos os fenômenos são parte do El Niño-Oscilação Sul (Enos). Enquanto o El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, o La Niña corresponde ao seu resfriamento, devido ao aumento da ressurgência na costa oeste sul-americana provocada por ventos alísios mais intensos.

O fenômeno La Niña ocorre a cada intervalo de dois a sete anos, com duração de nove meses. Durante esse fenômeno, as regiões do leste e sudeste asiáticos e os países da Oceania experimentam chuvas intensas e aumento das temperaturas, enquanto a costa oeste da América do Norte e a América Central têm frio intenso, com a combinação de tempo frio e chuvas volumosas, assim como toda a costa pacífica sul-americana.

Nos estados brasileiros, o fenômeno apresenta algumas mudanças climáticas que podem ser preocupantes, como secas severas e muito calor na região Sul e chuvas torrenciais no Norte e Nordeste, com chances de alagamentos e enchentes.