Nesta segunda-feira, dia 11 de março, os estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) informaram que irão entrar em greve pelos próximos dias. Segundo o centro acadêmico, a instituição anunciou sobre a paralisação, que deve se estender até que as demandas sejam atendidas.
Na semana passada, a instituição anunciou a retirada do Porão, o principal espaço estudantil que abriga o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC) e o atual restaurante da Faculdade de Medicina. A decisão foi motivada após um comunicado da USP. Além disso, o Centro Acadêmico está localizado neste espaço desde 1933, situado no subsolo do prédio da faculdade.
Reivindicações
Desde o início da greve, os alunos afirmam que as aulas de graduação estão interrompidas. Entretanto, até o momento, as atividades do internato seguem normalizadas. Além disso, eles criticam a criação de um programa que permite que estudantes externos acessem o complexo hospitalar da instituição para estágios mediante pagamento de mensalidade.
Por outro lado, uma das principais demandas dos estudantes é referente a reformulação do processo seletivo para residência médica, sugerindo a inclusão de provas práticas para avaliar as habilidades dos candidatos. Atualmente, os exames para os programas de residência médica consistem exclusivamente de questões de múltipla escolha.
Nota da Instituição
Em resposta, a reitoria informou que existem irregularidades apontadas pela Procuradoria Geral da USP na contratação do restaurante. Apesar disso, a direção da faculdade conseguiu verba da reitoria para fazer um restaurante universitário no local, embora seja necessário uma licitação para resolver todas as irregularidades.
Neste caso, a instituição aproveitou para informar que, durante a reforma, os alunos terão até três refeições custeadas pela USP em restaurantes universitários na Faculdade de Saúde Pública e Escola de Enfermagem, no próprio campus da área da saúde.
Além disso, a direção também afirmou que o local pode ser utilizado para fins acadêmicos, esportivos e culturais, conforme previsão do estatuto, embora seja necessário solicitar permissão.
Em relação aos estágios remunerados, a instituição demonstra argumentos em favor do programa HC Experiência, que é reconhecido como um curso de atualização para estudantes universitários registrado pela USP. Dessa forma, os recursos são direcionados principalmente para apoiar a graduação e a permanência dos alunos na unidade.
Esta não é a primeira vez que acontece uma paralisação na Universidade de São Paulo (USP). Em 2023, aconteceram outras greves estudantis que afetaram diversos cursos e institutos. Em alguns casos, as manifestações dos alunos contaram com a ajuda do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (SINTUSP) e da Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp).
Por enquanto, ainda não há informações de quando deve acontecer o fim da greve e nem se os pedidos dos alunos serão acatados pela instituição. Além disso, será necessário esperar para resolver as irregularidades apontadas no restaurante e outras questões. Então, para novas informações, o ideal é acompanhar portais oficiais da USP e da Universidade Medicina.