Tempestade Solar Proporciona Espetáculo e Revela Novas Descobertas Científicas, Afirma NASA

As tempestades solares em maio de 2024 proporcionaram um espetáculo e foram o ponto de partida para novas descobertas científicas. Durante a primeira semana de maio, uma série de erupções solares intensas e ejeções de massa coronal (CMEs) enviaram enormes nuvens de partículas carregadas e campos magnéticos em direção à Terra. 

Dessa forma, o evento criou a tempestade solar mais poderosa dos últimos vinte anos e resultou em uma exibição de auroras sem precedentes. Por isso, entre os dias 7 e 11 de maio, foram observadas várias erupções solares de grande intensidade, incluindo oito erupções de classe X, sendo a maior delas classificada como X8.7. 

As CMEs atingiram velocidades de até 5 milhões de km/h, gerando uma tempestade geomagnética de nível G5, o mais alto na escala de tempestades geomagnéticas, algo não visto desde 2003.

Neste caso, o fenômeno resultou em um show de auroras visíveis em latitudes inesperadamente baixas, como o sul dos Estados Unidos e o norte da Índia. As auroras mais intensas ocorreram na noite de 10 de maio e continuaram ao longo do fim de semana, proporcionando uma oportunidade única para que milhares de observadores contribuíssem com registros fotográficos e relatos que auxiliaram os cientistas a estudar esse fenômeno.

Estudos da NASA

Antes da chegada da tempestade, foram emitidos avisos aos operadores de redes elétricas e satélites, permitindo a tomada de medidas preventivas para mitigar os impactos. Algumas missões da NASA, como a ICESat-2, adotaram precauções específicas. 

Dessa forma, futuras missões, como a Geospace Dynamics Constellation (GDC) e a Dynamical Neutral Atmosphere-Ionosphere Coupling (DYNAMIC), têm como objetivo analisar como essas tempestades afetam a atmosfera terrestre, fornecendo dados essenciais para futuras missões tripuladas à Lua e Marte.

As tempestades solares não apenas criam espetáculos visuais, mas também estão sendo utilizadas para pesquisa científica. A análise contínua desses eventos ajudará a melhorar os modelos de previsão de clima espacial e a compreensão dos efeitos das tempestades solares na Terra e no espaço.

A NASA está conduzindo uma série de estudos importantes relacionados às tempestades solares, aproveitando os dados coletados durante esses eventos para melhorar nossa compreensão do clima espacial e seus impactos. 

Assim, um dos focos principais é a análise das auroras geradas pelas tempestades solares. Utilizando registros fotográficos e relatos de observadores ao redor do mundo, coletados através do projeto de ciência cidadã Aurorasaurus, a NASA está investigando as características e o comportamento dessas luzes naturais.

Além disso, a NASA está utilizando as recentes tempestades solares para testar e aprimorar os modelos de clima espacial. Essas tempestades oferecem uma oportunidade única para validar e ajustar previsões, essenciais para antecipar eventos futuros e mitigar seus impactos. 

Consequências das tempestades solares

As tempestades solares podem trazer diversas consequências para a Terra, afetando tanto o ambiente natural quanto as atividades humanas. Quando uma tempestade solar atinge o nosso planeta, as partículas carregadas e os campos magnéticos que ela transporta podem causar interferências significativas nos satélites que orbitam a Terra. 

Dessa forma, pode resultar em interrupções nos sistemas de comunicação e navegação, como sinais de GPS, rádio e televisão, tornando esses serviços menos confiáveis durante os eventos solares mais intensos.

Além disso, as tempestades solares podem impactar diretamente as redes elétricas. As correntes induzidas geomagneticamente podem sobrecarregar os transformadores e outros componentes da infraestrutura elétrica, levando a apagões ou danos aos equipamentos. As  interrupções podem ter consequências econômicas e operacionais significativas, especialmente em regiões fortemente dependentes de eletricidade para suas atividades diárias.

Outra área afetada pelas tempestades solares é a aviação, particularmente em voos que passam por altas latitudes, próximas aos polos. Nesses locais, a radiação aumentada pode representar um risco para a saúde dos passageiros e da tripulação, além de interferir nas comunicações de alta frequência utilizadas pelos aviões. Como resultado, algumas rotas aéreas podem ser alteradas ou monitoradas de perto durante períodos de intensa atividade solar.