Telescópio no valor de 1,9 bilhão de dólares deve detectar ‘planeta invisível’
A possibilidade de existência de um “Planeta X” ou “Planeta Nove” nos limites do sistema solar ganhou força com as evidências apresentadas por um novo estudo. De acordo com a pesquisa, esse planeta oculto teria uma massa 4,4 vezes superior à da Terra e orbitaria o Sol a uma distância aproximadamente 10 vezes maior do que Netuno, atualmente o planeta mais afastado conhecido.
A pesquisa tem como foco a análise de objetos transnetunianos (TNOs), corpos celestes menores que orbitam além de Netuno. Embora TNOs mais conhecidos, como Plutão, Éris, Haumea e Makemake, já tenham sido amplamente investigados, este estudo direciona sua atenção para outros objetos ainda mais distantes e enigmáticos.
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Planeta invisível
A pesquisa usou testes estatísticos para identificar a possível localização e características do Planeta X, observando que TNOs a seis vezes a distância de Netuno têm órbitas semelhantes. De acordo com o astrofísico Amir Siraj, a análise foi baseada na maior amostra já registrada de TNOs distantes e estáveis.
Os resultados indicaram uma convergência em um ângulo orbital, sugerindo a influência gravitacional de um planeta ainda desconhecido. O modelo proposto para o Planeta X difere substancialmente do sugerido em 2016 por Mike Brown e Konstantin Batygin.
Enquanto Brown e Batygin propuseram a existência de um planeta com massa 1,5 vez maior que a da Terra, o novo estudo sugere um corpo celeste de menor massa, com uma órbita mais próxima, mais excêntrica (elíptica) e melhor alinhada com as órbitas dos planetas conhecidos. De acordo com Amir Siraj, os cálculos indicam uma correspondência de apenas 0,06% com o modelo anterior.
Uso do telescópio bilionário
A grande questão que ainda desafia os cientistas é a verdadeira existência do Planeta X. Se as conclusões do novo estudo estiverem corretas, as probabilidades de encontrá-lo podem ser mais altas do que se imaginava, pois as características sugeridas pelo modelo tornariam sua detecção mais viável por observatórios avançados, como o Observatório Vera C. Rubin e seu novo telescópio.
Previsto para iniciar operações em 2025 no Chile, o Observatório Rubin contará com um telescópio refletor de 8,4 metros e a maior câmera astronômica do mundo, com 3.200 megapixels. Sua missão principal será o Legacy Survey of Space and Time (LSST), que visa catalogar 40 bilhões de objetos celestes e investigar mistérios como matéria e energia escuras.
O observatório será conectado ao Telescópio de Pesquisa Simonyi, que, com capacidade para detectar supernovas, galáxias e asteroides, também poderá ajudar a localizar o Planeta X. Sua habilidade de registrar eventos em 120 segundos e processar 20 terabytes de dados por noite o torna uma das principais ferramentas para essa missão.