Sarampo: Brasil completa 2 anos sem novos casos e pode recuperar certificado de eliminação da doença

Após um período de enfrentamento e controle, o Brasil celebra um importante marco na saúde pública: dois anos sem novos casos autóctones de sarampo. Esse progresso é um passo significativo rumo à recuperação do certificado de eliminação da doença, perdido em 2019. Vamos explorar os detalhes desse avanço e os desafios que ainda persistem.

Sarampo.
Sarampo: Brasil completa 2 anos sem novos casos e pode recuperar certificado de eliminação da doença 2

Um histórico do combate ao sarampo

Em 2016, o Brasil recebeu a certificação da eliminação do vírus do sarampo, concedida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse reconhecimento veio após uma bem-sucedida campanha de vacinação, que resultou nos últimos diagnósticos confirmados em 2015. Nos dois anos seguintes, o país permaneceu livre da circulação do vírus.

No entanto, em 2018, o sarampo voltou a circular no Brasil, desencadeando surtos em várias regiões. Em 2019, a situação se agravou, levando o país a perder a certificação de “país livre do vírus do sarampo”. A partir daí, esforços intensos foram direcionados para controlar a disseminação da doença e recuperar o status perdido.

Progresso e desafios atuais

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado altos e baixos no combate ao sarampo. Em 2020, a pandemia de Covid-19 impactou positivamente na redução dos casos de sarampo, devido às medidas de isolamento social. Desde 2022, não há mais registros de casos autóctones da doença no país, todos os diagnósticos são de pessoas que contraíram o vírus no exterior.

Entretanto, o desafio persiste na manutenção de altas taxas de cobertura vacinal. Desde 2014, o Brasil não alcança a meta de cobertura de vacinação, que é de 95%. No ano passado, apenas 67,9% do público-alvo recebeu as duas doses da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

O papel da vacinação na prevenção do sarampo

A vacinação é fundamental para evitar a reintrodução do sarampo no Brasil. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação a partir do primeiro ano de vida, com a primeira dose aos 12 meses e a segunda dose aos 15 meses. Além disso, o PNI oferece a proteção de forma gratuita para pessoas mais velhas que não foram vacinadas.

Para garantir a eficácia da imunização, é essencial alcançar coberturas vacinais de, no mínimo, 95% da população. Isso não apenas protege os indivíduos não vacinados, mas também contribui para a segurança de toda a comunidade, reduzindo o risco de reintrodução do vírus e a ocorrência de novos surtos.

O Brasil comemora dois anos sem novos casos autóctones de sarampo, um marco importante na trajetória de combate à doença. No entanto, para manter esse progresso e recuperar o certificado de eliminação perdido em 2019, é crucial fortalecer as campanhas de vacinação e garantir altas taxas de cobertura vacinal em todo o país.