Salários de R$ 13 mil por mês? Governo anunciou novos valores para este grupo específico

Recentemente, o Governo Federal anunciou novos valores de salário para um determinado grupo de brasileiros, podendo chegar a R$ 13 mil por mês. Neste caso, a nova quantia deve atingir cientistas brasileiros que estão morando e exercendo a profissão no exterior, sendo uma forma de atraí-los de volta ao país. 

Conhecido como “fuga de cérebros”, o termo utilizado para descrever o fenômeno em que profissionais altamente qualificados, como cientistas, pesquisadores, engenheiros e profissionais de tecnologia, deixam seus países de origem para trabalhar em outros lugares, geralmente em países mais desenvolvidos.

A prática é recorrente no Brasil, o que gera preocupações no governo. Dessa forma, um novo programa desenvolvido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) tem como objetivo reverter esta situação, o programa está sendo chamado de “Programa de Repatriação de Talentos – Conhecimento Brasil”.

Pesquisadores
Novo programa do governo tem como objetivo incentivar a volta de pesquisadores brasileiros ao Brasil. (Reprodução/G1 – Globo)

Como deve funcionar o programa?

Conforme divulgado, o principal objetivo é atrair pesquisadores brasileiros atuando no exterior que concluíram um mestrado ou doutorado em outros países nos últimos 10 anos. Além disso, o governo busca atingir pesquisadores que não tenham vínculo com instituições brasileiras. Neste caso, será oferecido um benefício de R$ 10.000 para mestres e R$ 13.000 para doutores. 

Além dos novos salários, os cientistas também devem receber outros benefícios, como auxílio-instalação, auxílio-deslocamento, subsídio para plano de saúde e auxílio-previdência. O governo, juntamente com o CNPq, anunciou que o investimento para atrair de volta esses profissionais será em torno de R$ 800 milhões. 

Ricardo Galvão, presidente do órgão, explicou mais detalhes da medida em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Ele relata que o Brasil oferece bolsas de estudo no exterior, mas os pesquisadores e cientistas não encontram oportunidades de emprego no país, o que os faz continuar morando em outro países, onde as oportunidades são maiores e oferecer condições mais vantajosas. 

“Desde antes do Ciência sem Fronteiras, distribuímos mais de 5 mil bolsas de doutorado no exterior e depois aumentou muito. E todos eles foram pro exterior e não tiveram oportunidade de retornar, não tinham laboratório, não tinha concurso, as empresas não estavam contratando”, afirmou.

Mais detalhes do programa 

Por enquanto, o foco do programa será convencer os pesquisadores atuando no exterior. Por isso, os esforços do governo serão destinados a garantir que os cientistas tenham acesso às bolsas. Segundo Galvão: “As bolsas não são para arrumar salário para quem está desempregado, mas, sim, para a melhoria e aprimoramento do sistema científico nacional usando as capacidades dos pesquisadores brasileiros que atuam no exterior”. 

Ele também afirmou que o projeto deverá promover e priorizar as instituições de pesquisa das regiões Norte e Nordeste, sendo uma forma de desenvolver e financiar os estudos desenvolvidos pelos profissionais dessas regiões. Apesar disso, o programa está recebendo críticas. 

Neste caso, as críticas são relacionadas ao investimento sendo feito com profissionais que já estão morando fora do país, quando há pesquisadores brasileiros atuando no Brasil capacitados, mas com falta de incentivo e apoio do governo. 

Galvão rebateu as críticas e disse: “São programas distintos. O que manterá os pesquisadores que estão aqui no País não é uma bolsa, mas um emprego permanente. Para isso (gerar empregos), somente no ano passado, nós investimos R$ 10 bilhões e, este ano, serão mais R$ 12 bilhões em dez programas estratégicos”.

Para finalizar, o governo não divulgou novas informações sobre o programa “Programa de Repatriação de Talentos – Conhecimento Brasil”, mas a previsão é que ele entre em vigor ainda este ano.