Saiba qual foi a grande descoberta que cientistas descobriram sobre um espiral magnético em um buraco negro

Nesta quarta-feira, a comunidade científica foi surpreendida com a recente descoberta de um espiral magnético em um buraco negro. Neste caso, foi possível realizar a captura de imagens inéditas do campo magnético que envolve Sagitário A*, o buraco negro supermassivo localizado no centro da nossa galáxia. Essa descoberta foi possível graças ao projeto EHT (Event Horizon Telescope), que utiliza poderosos telescópios distribuídos em várias partes do mundo.

A técnica utilizada, conhecida como observação em luz polarizada, desempenhou um papel fundamental na descoberta. Assim como os óculos 3D criam uma visão tridimensional ao filtrar diferentes orientações de luz, os astrônomos usaram a luz polarizada para obter uma visão mais clara das bordas de Sagitário A*, permitindo o mapeamento do campo magnético ao seu redor.

Além disso, a conquista é considerada um marco histórico no estudo do cosmos, pois fornece informações valiosas sobre como os buracos negros interagem com o gás e a matéria ao seu redor, influenciando processos complexos como a emissão de jatos de partículas.

Apesar de Sagitário A* estar relativamente calmo comparado a outros buracos negros supermassivos, a detecção desse campo magnético espiral e organizado ao seu redor proporciona um vislumbre único dos processos cósmicos em jogo não apenas no centro da nossa galáxia, mas em todo o universo.

Os cientistas afirmam que essa descoberta não apenas aprofunda nossa compreensão da física dos buracos negros, mas também abre caminho para futuras descobertas sobre esses enigmáticos gigantes cósmicos.

O que é um buraco negro?

Os buracos negros são regiões do espaço-tempo onde a gravidade é tão intensa que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar de sua atração. Essas regiões surgem quando uma estrela massiva colapsa sob sua própria gravidade, concentrando toda sua massa em um ponto infinitesimalmente pequeno, conhecido como singularidade. 

Ao redor da singularidade, existe uma fronteira chamada de horizonte de eventos, que marca o ponto de não retorno, onde a velocidade de escape é maior que a velocidade da luz, impossibilitando qualquer objeto de escapar. Neste caso, as observações astronômicas sugerem que o centro de grandes galáxias, incluindo a Via Láctea, possa ser ocupado por buracos negros supermassivos, como o Sagitarius A.

Apesar disso, os buracos negros não “sugam” tudo ao seu redor, mas seu campo gravitacional pode prender estrelas e planetas em órbitas espirais. Dessa forma, para ser “sugado” para dentro de um buraco negro sem chance de fuga, um objeto precisa ultrapassar o horizonte de eventos, onde a velocidade de escape é maior que a velocidade da luz, conforme a teoria da Relatividade Geral de Einstein.

Quando um buraco negro atrai gás da atmosfera de uma estrela próxima, esse gás forma um disco de acreção ao redor do buraco negro, produzindo ondas eletromagnéticas, incluindo luz visível. Isso cria regiões luminosas e complexas ao redor do buraco negro. Em 2022, o telescópio Event Horizon revelou a foto mais nítida do buraco negro supermassivo Sagitário A* no centro da Via Láctea, a mais de 26 mil anos-luz da Terra, com a participação de mais de 350 pesquisadores e 11 telescópios.