O mercado Carrefour Brasil vem enfrentando grandes desafios financeiros, revelando prejuízo líquido de R$565 milhões no último trimestre de 2024, em comparação ao lucro de R$426 milhões no mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano, a perda alcançou R$795 milhões, contrastando com o lucro de R$1,73 bilhão em 2022. Essa situação reflete a queda de 0,3% na receita líquida no último trimestre, e a diminuição de 5,5% nas vendas líquidas em lojas operacionais há mais de 12 meses.
Diante desses números desafiadores, o grupo Carrefour anunciou o fechamento de 123 lojas não rentáveis como parte de uma estratégia de reestruturação, abrangendo 16 hipermercados, 94 lojas Todo Dia e 13 lojas Nacional e Bom Preço.
“De outubro a dezembro, fechamos 11 supermercados e, ao final de janeiro de 2024, fechamos mais 93 lojas de varejo (16 hipermercados e 77 supermercados). Outras 19 lojas deverão ser fechadas definitivamente até o segundo trimestre”, explicou o grupo Carrefour
É importante mencionar que o impacto financeiro desses encerramentos já se reflete nos resultados, com um ajuste de R$524 milhões relacionado à depreciação do valor dos ativos imobiliários e outras despesas extraordinárias, além de R$327 milhões em custos associados ao processo de fechamento das lojas.
Veja a seguir
Reestruturação do mercado Carrefour
A decisão de fechar lojas não rentáveis faz parte de um amplo processo de reestruturação, uma resposta às dificuldades operacionais e ao desempenho abaixo do esperado em algumas localidades. Além do fechamento, a empresa planeja vender os imóveis de 40 dessas lojas para gerar caixa adicional, compensando os impactos financeiros das iniciativas de desmobilização.
O mercado de varejo, dinâmico e desafiador, exige capacidade de adaptação e inovação constantes. O Carrefour, como um dos líderes do setor, enfrenta o desafio de reverter o cenário atual e retomar uma trajetória de crescimento e rentabilidade. A expectativa é que as medidas adotadas, incluindo o fechamento de lojas não rentáveis e a venda de imóveis, contribuam para uma recuperação gradativa.
A estratégia de otimização da rede de lojas e melhoria da eficiência operacional busca fortalecer as operações rentáveis e explorar novas oportunidades de mercado. O foco está em garantir um desempenho mais robusto nos próximos períodos, destacando o compromisso da empresa com a adaptação às demandas do mercado e a busca por soluções sustentáveis para superar os desafios econômicos.
“Até meados de 2024, a bandeira Todo Dia não fará mais parte do nosso portfólio. Com o fim da operação dessas lojas, esperamos adicionar aproximadamente R$200 milhões de Ebitda por ano (recorrente), uma vez que essas lojas estão em déficit operacional. Adicionalmente, esperamos vender os imóveis de 40 dessas 123 lojas, captando caixa adicional que deverá compensar o impacto negativo das iniciativas de desmobilização no caixa”, explicou o grupo Carrefour.
Carrefour fecha mercado em diversas cidades brasileiras
Em um movimento estratégico, a loja Carrefour de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, inaugurada em 2022, foi desativada. Segundo a assessoria da empresa, a decisão decorre da análise de que outras unidades do grupo na cidade já atendiam adequadamente à demanda local. Apesar de não haver pronunciamento oficial, há indícios de que unidades em outros estados, como Ceará, Rio Grande do Sul e Belo Horizonte, também podem encerrar suas operações.
A reestruturação em curso levanta questões sobre a viabilidade das lojas Carrefour em diferentes regiões do país. A notícia de 16 lojas em Belo Horizonte (MG) que foram fechadas e os imóveis devolvidos ao grupo DMA, concorrente local, reforça a abrangência dessas mudanças.
O DMA, nono maior varejista de alimentos do Brasil, controla marcas como Epa, Mineirão e Brasil Atacarejo, e receberam os ativos internos das lojas fechadas, incluindo freezers, balcões e estoques de alimentos.