Quem tomou a vacina AstraZeneca poderá receber uma grande indenização do Governo

No Reino Unido, uma ação está sendo realizada para conseguir R$ 645 milhões de indenização da empresa AstraZeneca, empresa de biofarmacêutica, que foi responsável por uma das vacinas do COVID-19 no início da pandemia. Conforme divulgado, a vacina pode causar efeitos colaterais raros em algumas pessoas. 

Ao todo, são 51 pacientes afetados pela vacina fabricada pela farmacêutica que entraram com o processo de indenização. A AstraZeneca admitiu que, em alguns casos muito raros, os pacientes podem apresentar quadro de trombose. Uma das vítimas é Jamie Scott, que tomou a vacina em 2021, e alegou ter uma lesão cerebral permanente por conta da vacina, que desenvolveu um coágulo sanguíneo no cérebro e o incapacitou de trabalhar. 

A empresa contestou este caso. Porém, o jornal britânico The Telegraph informou que, em casos raros, é possível que os pacientes desenvolvam efeitos colaterais. Em casos específicos como o de Scott, a AstraZeneca declarou que a vacina “pode, em casos muito raros, causar a STT [síndrome de trombose com trombocitopenia]”. 

A doença causa coágulos de sangue em vasos sanguíneos e diminui a contagem de plaquetas. Por outro lado, a farmacêutica insistiu que, não necessariamente, essa condição tem realização com a vacina, que foi desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, e que pode ser contraída mesmo em pessoas que não tomaram o imunizante.

Outros casos envolvendo a vacina

A vacina da AstraZeneca, conhecida como Vaxzevria, foi associada a casos raros de uma condição chamada trombose com trombocitopenia (STT), que pode ser fatal. No Brasil, um jovem de 28 anos, Bruno Graf, faleceu em decorrência dessa complicação após receber a vacina. Outros casos em pessoas dessa faixa etária também foram registrados. 

Em países como Reino Unido, Dinamarca, Noruega, Islândia, Áustria, Estônia, Lituânia e Luxemburgo suspenderam o uso da vacina em determinados grupos após serem alertados sobre esses riscos. Por outro lado, o Brasil demorou 600 dias para seguir o exemplo e só encerrou o uso dessa vacina em 2023. 

Além disso, um estudo publicado na revista Vaccine demonstrou que a incidência de STT entre os vacinados com a Vaxzevria é maior do que o número esperado na população em geral. A bula mais recente da vacina no Brasil alerta para a trombocitopenia como um efeito colateral comum, mas destaca que a STT é um evento muito raro, com uma frequência inferior a 1 em 100 mil indivíduos vacinados, embora esses números possam ser subestimados.

Para finalizar, a farmacêutica informou que a Vaxzevria é uma vacina de vírus recombinante, que usa um vírus diferente do da Covid-19 para estimular a produção de uma proteína viral que ajuda a fortalecer as defesas do organismo contra a doença. Apesar dos riscos raros de STT, a vacina continua a ser uma ferramenta importante na luta contra o COVID-19, mas os laboratórios devem alertar sobre os possíveis riscos e suspender o uso nos grupos mais afetados, como determina a bula.