Nos últimos dias, boa parte dos mais de 20 milhões de beneficiários do Bolsa Família tem se perguntado se a participação em apostas esportivas pode resultar na perda do benefício.
A preocupação surgiu após o governo federal revelar que está trabalhando para impedir que os recursos do programa sejam utilizados em jogos de azar, como as populares apostas online, conhecidas como “bets”, e outros jogos, como o “Tigrinho”.
Quem fez aposta esportivas vai perder o Bolsa Família?
Diante dessa situação, muitos beneficiários estão apreensivos, querendo saber se quem já fez apostas terá o benefício cortado.
A resposta é não. Até o momento, não há qualquer previsão de que os beneficiários que fizeram apostas esportivas ou participaram de jogos online terão o Bolsa Família suspenso ou cancelado.
Isso porque o governo não tem a intenção de punir os participantes do programa por esse tipo de atividade.
Entretanto, está claro que há um esforço crescente para evitar que os valores do benefício sejam desviados para apostas, já que isso compromete a subsistência das famílias mais vulneráveis.
Recentemente, um levantamento do Banco Central apontou que, apenas no mês de agosto de 2024, mais de R$ 3 bilhões foram transferidos de contas de beneficiários do Bolsa Família para plataformas de apostas online.
O estudo também revelou que cerca de 5 milhões de beneficiários participaram de algum tipo de aposta durante o mês, com um gasto médio de R$ 100 por pessoa.
Entre os participantes, 70% eram chefes de família, o que acende um alerta sobre o impacto desse comportamento nas famílias em situação de extrema vulnerabilidade.
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Governo trabalha para impedir que Bolsa Família seja gasto com apostas
Diante desses dados alarmantes envolvendo beneficiários do Bolsa Família e apostas online, o governo federal decidiu agir.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) a criar mecanismos que bloqueiem o uso do cartão do Bolsa Família em plataformas de apostas online.
O objetivo é assegurar que os recursos sejam utilizados para sua finalidade original: garantir a segurança alimentar e atender às necessidades básicas das famílias mais pobres do país.
Além disso, um grupo de trabalho interministerial, envolvendo ministérios como o da Fazenda, Saúde e Desenvolvimento Social, foi criado para estudar e propor novas medidas.
A ideia é formalizar essas ações através de um decreto ou portaria presidencial nas próximas semanas, reforçando a fiscalização e o controle sobre o uso dos recursos do Bolsa Família.
Com essas medidas, o governo busca não apenas proteger os beneficiários, mas também garantir que o programa continue cumprindo sua missão de combate à pobreza e promoção da dignidade social.