Qual o furacão mais devastador que aconteceu no Brasil

Na noite da última quarta-feira, 09 de outubro, o furacão Milton atingiu o solo da Flórida, nos Estados Unidos, gerando preocupação global devido à força destrutiva que ele trazia.

Com ventos superiores a 250 km/h, o fenômeno deixou rastros de devastação e obrigou milhares de pessoas a abandonarem suas casas.

No Brasil, um país onde eventos desse tipo são raros, muitos se perguntam se algo semelhante já aconteceu em território nacional.

A resposta é sim, mas em uma única ocasião: o furacão Catarina, que entrou para a história em 2004 como o mais devastador – e até então o único – a atingir o país.

Qual o furacão mais devastador que aconteceu no Brasil

O furacão Catarina passou pela região Sul do Brasil nos dias 27 e 28 de março de 2004, surpreendendo especialistas e moradores. Inicialmente, o fenômeno se formou como um ciclone extratropical a aproximadamente mil quilômetros da costa brasileira.

Aos poucos, ganhou características de furacão, com um formato circular em seu núcleo e o famoso “olho” central bem definido.

Quando tocou o solo, principalmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os ventos chegaram a atingir 180 km/h, causando destruição por onde passava.

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Estragos deixados pelo furacão Catarina no ano de 2004 no estado de Santa Catarina.

Os números são impactantes: 11 pessoas perderam a vida, 26,4 mil ficaram desabrigadas ou desalojadas, e 38 municípios foram diretamente afetados, conforme relatado pela Defesa Civil de Santa Catarina.

As cidades de Passos de Torres, Balneário Gaivota e Balneário Arroio do Silva foram algumas das mais atingidas.

O furacão Catarina não apenas causou danos materiais significativos – estimados em cerca de R$ 211,4 milhões – mas também pegou a comunidade científica de surpresa, já que, até aquele momento, acreditava-se que furacões não ocorreriam no Atlântico Sul.

Mas, por que o Brasil não costuma ter furacão?

A resposta está em uma combinação de fatores meteorológicos.

As águas do Oceano Atlântico na costa brasileira são mais frias, com temperaturas que raramente ultrapassam 26°C, enquanto para a formação de furacões são necessárias águas mais quentes, acima de 27°C.

Além disso, a pressão atmosférica precisa ser significativamente baixa, o que não é comum na região.

A ausência de ventos favoráveis em níveis mais altos da troposfera também contribui para impedir a formação desses eventos no Brasil.

Assim, o furacão Catarina continua sendo um marco único e raro na história meteorológica do país, um fenômeno que dificilmente será repetido nas mesmas condições.