O El Niño é um fenômeno climático que está se tornando cada vez mais severo, provocando uma série de eventos adversos, como ondas de calor, secas e tempestades devastadoras. Um recente estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Columbia, publicado na revista Geophysical Research Letters, revela previsões alarmantes sobre o futuro desse fenômeno: há fortes indicações de que sua intensidade continuará a aumentar, e as possibilidades de mitigação são limitadas.
Segundo os pesquisadores da Universidade de Columbia, o El Niño pode passar por alterações significativas que intensificarão consideravelmente o aquecimento global. Os autores do estudo explicam: “Durante eventos extremos de El Niño, uma quantidade massiva de calor é liberada para a atmosfera”.
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Futuro do El Niño
Embora eventos extremos anteriores tenham causado apenas liberações de calor de curta duração, futuros El Niños intensos podem desencadear um “efeito cascata” de aquecimento, resultando em consequências mais prolongadas e severas. O artigo adverte que, se isso acontecer, o processo será praticamente irreversível, resultando em uma piora contínua do fenômeno.
O estudo indica que um aquecimento global de +3,7 °C é o ponto de inflexão para desencadear fenômenos mais extremos e, se esse limite for ultrapassado, mais de 90% dos eventos futuros serão devastadores. As previsões atuais sugerem que, até o final do século, alcançaremos um aumento de +2,9 °C, colocando-nos perigosamente perto desse ponto crítico.
Além disso, o modelo empregado na pesquisa indica que, nesse cenário de aquecimento, a frequência do El Niño poderia quase quadruplicar, chegando a 26 eventos por século. Os autores ressaltam que, apesar das advertências, o estudo utiliza variáveis distintas da maioria dos modelos climáticos convencionais, recomendando cautela na interpretação dos resultados.
Consequências
Os impactos potenciais de um El Niño mais intenso e frequente são amplos:
- Perdas humanas e danos econômicos: O aumento da intensidade do fenômeno pode resultar na perda de milhares de vidas e causar prejuízos econômicos bilionários. As regiões mais vulneráveis sofrerão mais com desastres naturais mais frequentes e severos.
- Prejuízos à agricultura e segurança alimentar: As mudanças climáticas associadas ao El Niño podem levar à insegurança alimentar, especialmente em países altamente dependentes da agricultura. Secas prolongadas e tempestades intensas podem destruir colheitas e reduzir a produção de alimentos, ameaçando a subsistência de milhões de pessoas.
- Efeitos na biodiversidade: Ecossistemas já debilitados podem ser ainda mais impactados. O aumento das temperaturas e as alterações nos padrões climáticos podem causar a extinção de espécies e uma perda significativa de biodiversidade, desestabilizando ainda mais os equilíbrios ecológicos.