Previsão Alarmante para o Inverno: Redoma de Calor e Escassez de Chuvas

Uma previsão preocupante vem sendo divulgada pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas. Segundo especialistas, a redoma de calor que está sobre a área central do Brasil pode persistir durante todo o inverno, que se estende de julho a setembro.

Essa previsão baseia-se em dados de satélites que apontam para um bloqueio atmosférico que afeta grande parte do país desde o fim de março, dificultando a formação de chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

O bloqueio atmosférico mencionado pelos pesquisadores do Lapis está se mostrando persistente, o que traz implicações sérias para o inverno brasileiro. Prevê-se um período com chuvas abaixo da média, temperaturas acima da média e condições de estiagem em toda a região Centro-Sul do país. A escassez de chuvas já é uma realidade preocupante, especialmente quando se observa o baixo volume registrado nos últimos meses.

Na capital paulista, por exemplo, os números são alarmantes: apenas 2mm de chuvas foram registrados até o momento em maio, representando apenas 3,6% do esperado para o mês. Essa situação é reflexo direto do bloqueio atmosférico e da redoma de calor que se estabeleceu sobre a região.

Enquanto a redoma de calor e a estiagem preocupam o Centro-Sul do Brasil, no Sul do país uma realidade distinta se impõe. As inundações que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas deixaram um rastro de destruição e morte, sendo consideradas o pior evento climático da história do estado e um dos piores do Brasil.

Previsão de calor no inverno
A previsão de maio indica altas temperaturas e calor intenso no Brasil. (Reprodução/Internet)

Redução da Cobertura Vegetal e Crise Climática

O aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos está intrinsecamente ligado à crise climática global. As mudanças climáticas estão transformando padrões climáticos conhecidos e agravando a ocorrência de fenômenos como a redoma de calor e as inundações.

Dados revelam que o Rio Grande do Sul perdeu cerca de 22% de sua cobertura vegetal original entre 1985 e 2022, enquanto registrou um aumento significativo de áreas urbanizadas e de cultivo, como a expansão das lavouras de soja. A perda de vegetação nativa contribui para o agravamento das inundações, diminuindo a capacidade do solo de absorver água e aumentando a velocidade das enxurradas.

Previsão do tempo mostra urgência de Medidas Preventivas

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que medidas preventivas e de mitigação sejam adotadas com urgência. A proteção e recomposição de áreas de vegetação nativa se tornam essenciais para reduzir os impactos das mudanças climáticas e dos eventos climáticos extremos.

O enfrentamento da crise climática exige ações coordenadas em níveis global, nacional e local. É necessário o estabelecimento de metas claras de redução de emissões de gases de efeito estufa, além do incentivo ao uso de energias renováveis e à preservação de ecossistemas naturais.

A redoma de calor que se estabeleceu sobre o Centro-Sul do Brasil evidencia a urgência de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. É preciso agir de forma proativa, adotando medidas de adaptação e mitigação que possam reduzir os impactos negativos sobre o meio ambiente e a sociedade.

A preservação de ecossistemas naturais e a transição para uma economia de baixo carbono são passos fundamentais nesse processo de enfrentamento da crise climática que afeta a todos.