Pressão de bolsonaristas adia votação de projeto sobre mudança climática no Senado

O Senado decidiu adiar a votação de um projeto que estabelece diretrizes para um plano nacional voltado para combater as mudanças no clima. A iniciativa estava prevista para ser votada na última terça-feira (14) pelo plenário da Casa, mas após pressão de senadores bolsonaristas será debatida na Comissão de Constituição e Justiça amanhã. O projeto foi aprovado pela Câmara no final de 2022 e ganhou impulso no Senado em meio às enchentes no Rio Grande do Sul.

O texto, de autoria da deputada Tábata Amaral (PSB-SP), recebeu críticas e apoios no Senado. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) expressou preocupações, pedindo que representantes do setor produtivo fossem ouvidos antes da aprovação do projeto. Por outro lado, o líder do PT no Senado, Beto Faro (PL-PA), manifestou apoio à iniciativa, ressaltando sua importância para estabelecer diretrizes mínimas e iniciar o debate sobre o tema.

Após o acordo estabelecido no plenário na última terça-feira, a votação do projeto foi adiada, com previsão de debate na CCJ ainda hoje e possível inclusão novamente na pauta do plenário na quarta-feira. O adiamento ocorreu após pressão de senadores bolsonaristas, que solicitaram mais tempo para discutir o projeto e ouvir diferentes setores da sociedade.

Votação sobre crise climática adiada
Pressão de bolsonaristas adia votação de projeto sobre mudança climática no Senado 2

Tragédia no Rio Grande do Sul e contexto climático

A tragédia causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, com 147 mortes, 127 pessoas desaparecidas e milhões de desabrigados e atingidos, destacou a urgência de medidas para lidar com os impactos das mudanças climáticas. As fortes chuvas que assolaram o estado são um reflexo dramático dos eventos extremos exacerbados pelas mudanças climáticas, como destacado por especialistas.

Diante da emergência climática, a sociedade e os órgãos governamentais enfrentam o desafio de enfrentar a negação e a inação política. A pressão de bolsonaristas no Senado reflete as divergências e obstáculos enfrentados na implementação de medidas eficazes para combater as mudanças climáticas. No entanto, a tragédia no Rio Grande do Sul ressalta a urgência de ações concretas e da superação de interesses políticos em prol do bem-estar e da segurança da população.

Compromisso na votação das próximas eleições

Com as eleições se aproximando, a sociedade deve renovar seu compromisso com políticas baseadas na ciência e no interesse público. O momento de crise é também uma oportunidade de reflexão crítica sobre as escolhas políticas e a necessidade de liderança responsável para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Dada a calamidade que vive o estado gaúcho, o adiamento do projeto sobre mudanças climáticas no Senado é uma ofensa às centenas de vítimas que perderam tudo com as enchentes no Rio Grande do Sul. Isso levanta um importante debate sobre quem estamos elegendo para nos representar. Afinal, quem está representando as vítimas sulistas neste momento?

Cabe à sociedade cobrar de seus representantes medidas que resolvam a crise climática no Brasil, destacando a importância de ações urgentes e de um compromisso renovado com políticas sustentáveis e baseadas na ciência.