Prepare-se para a próxima onda de calor sufocante que passará pelo Brasil

Nos últimos dias, especialistas estão informando sobre uma possível onda de calor, que está prevista para atingir o Brasil, sendo a quarta no ano. As temperaturas devem subir, especialmente na região entre São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás, com valores acima de 35°C.

As temperaturas elevadas não são comuns em algumas regiões nessa época do ano. Durante o outono é esperado que as temperaturas comecem a diminuir, principalmente ao se aproximar do inverno. Por isso, temperaturas acima dos 30°C são consideradas ondas de calor. Embora sejam menos prejudiciais que as anteriores. 

Além disso, a presença do fenômeno El Niño é um dos fatores que explicam essa ocorrência. Embora esteja atuando com pouca intensidade, ainda influencia no clima. Neste caso, especialistas apontam que a onda de calor será menos severa do que as anteriores devido à força reduzida do fenômeno em comparação com a primavera.

Por outro lado, o aquecimento global também contribui para ondas de calor mais frequentes e intensas no país. A atmosfera global vem apresentando um padrão mais quente, potencializando o calor transmitido pela anomalia positiva de temperaturas no Oceano Pacífico Equatorial.

As altas temperaturas devem persistir pelo menos até a primeira semana de maio, embora esta onda de calor tenha particularidades em relação às anteriores, como ocorrer em um período de menor umidade e picos de temperatura menos elevados.

Impactos do El Niño 

Em 2023, o mundo enfrentou os efeitos do El Niño, que é caracterizado pelo aumento anormal das águas do oceano próximo à linha do Equador. Até o momento, o planeta ainda está sob os efeitos do fenômeno, embora ele deva terminar ainda este ano, mas nos próximos meses os cientistas meteorológicos afirmam que ele deve continuar influenciando no clima de diversas regiões. 

Segundo a última atualização da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno deve acontecer até maio, sendo 60% de chances dos impactos continuam afetando o clima nesse período. Além disso, é possível que o El Niño entre em neutralidade a partir de junho e comece a diminuir os impactos. 

O El Niño de 2023-24 atingiu seu pico de intensidade máxima entre os meses de novembro de 2023 e janeiro de 2024, consolidando-se como um dos cinco El Niños mais fortes já registrados, mas ainda mais fraco do que os Super El Niños de 1997/98 e 2015/16, de acordo com a OMM. 

Durante fevereiro de 2024, tanto o oceano quanto a atmosfera sobre o Pacífico tropical indicavam condições de El Niño, mas com uma diminuição principalmente das anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) na região do Niño 3.4. Dessa forma, o evento climático está, aos poucos, enfraquecendo. Apesar disso, os impactos no clima global ainda são esperados nos próximos meses, embora em menor intensidade.

Diferenças entre La Niña e El Niño 

Ambos os fenômenos são parte do El Niño-Oscilação Sul (Enos). Enquanto o El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, o La Niña corresponde ao seu resfriamento, devido ao aumento da ressurgência na costa oeste sul-americana provocada por ventos alísios mais intensos.

O La Niña ocorre a cada intervalo de dois a sete anos, com duração de nove meses. Durante esse fenômeno, as regiões do leste e sudeste asiáticos e os países da Oceania experimentam chuvas intensas e aumento das temperaturas, enquanto a costa oeste da América do Norte e a América Central têm frio intenso, com a combinação de tempo frio e chuvas volumosas, assim como toda a costa pacífica sul-americana.

Nos estados brasileiros, o fenômeno apresenta algumas mudanças climáticas que podem ser preocupantes, como secas severas e muito calor na região Sul e chuvas torrenciais no Norte e Nordeste, com chances de alagamentos e enchentes.