Preço de alimentos deve subir após enchentes no RS; veja a diferença

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul não apenas trouxeram devastação às comunidades locais, mas também acenderam preocupações sobre o impacto nos preços dos alimentos essenciais para os brasileiros. Especialistas alertam que produtos como arroz e laticínios podem sofrer aumentos significativos, refletindo diretamente nos índices de inflação do país.

O estado, responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz, desempenha um papel crucial no abastecimento do mercado interno. O arroz, em particular, tem um peso substancial no índice de inflação ao consumidor IPCA, no segmento de “alimentação no domicílio”.

Além disso, é uma região estratégica para a produção de carnes e laticínios, ampliando ainda mais a preocupação com a estabilidade dos preços desses produtos.

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Enchentes no RS causaram destruição em massa. (Foto: Carlos Fabal / AFP)

Até o momento, dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP indicam um leve aumento nos preços do arroz no estado, com o valor da saca, incluindo frete, alcançando 106,74 reais, frente aos 105,98 reais da semana anterior.

Um levantamento da consultoria Datagro aponta que as chuvas intensas têm o potencial de causar perdas significativas, estimadas entre 10% e 11% na produção de arroz do estado, acarretando um prejuízo de aproximadamente R$ 68 milhões aos agricultores locais.

Arroz deve ser importado, segundo Lula

Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou a possibilidade de importação de arroz e feijão para compensar os danos às safras. Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), ele ressaltou a importância de equilibrar a produção e garantir preços acessíveis aos brasileiros.

“Agora, com as chuvas, a colheita do arroz no Rio Grande do Sul sofreu atrasos significativos. Se necessário, para manter a estabilidade da oferta, precisaremos importar arroz e feijão, assegurando que os alimentos essenciais estejam disponíveis a preços compatíveis com o poder de compra da população”, afirmou o presidente.