Preço da cesta básica sobe em 15 capitais; São Paulo lidera

O custo dos alimentos essenciais no Brasil apresentou um aumento significativo em abril, conforme dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

Entre as 17 capitais analisadas, 15 registraram elevações nos preços, com Porto Alegre, Recife, Vitória e São Paulo liderando as altas. Em contrapartida, Brasília e Salvador foram as únicas capitais a apresentar uma leve redução nos custos.

São Paulo destacou-se como a capital com a cesta básica mais cara, atingindo um valor médio de R$ 909,25. Florianópolis, Rio de Janeiro e Porto Alegre também figuraram entre as cidades com os maiores custos. 

Em contraste, Aracaju, Salvador, João Pessoa e Recife apresentaram os menores valores, refletindo diferenças regionais na composição da cesta básica.

Como a inflação afetou os preços ao longo do ano?

Comparando os preços de abril de 2024 com abril deste ano, quase todas as capitais brasileiras experimentaram aumentos nos custos dos alimentos. 

São Paulo registrou a maior variação anual, com um aumento de 10,50%, enquanto Salvador e Aracaju foram exceções, apresentando uma leve retração nos preços. Nos primeiros quatro meses deste ano, todas as capitais registraram aumentos, com Recife e Fortaleza liderando as altas.

Com base na cesta básica mais cara, a de São Paulo, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para cobrir as despesas básicas de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.638,62 em abril, um valor significativamente superior ao salário mínimo vigente de R$ 1.518. 

Quais itens da cesta mais impactam o orçamento das famílias?

Entre os itens que compõem a cesta básica, o café destacou-se com aumentos de preço em todas as capitais analisadas em abril. As variações foram significativas, com Vitória registrando um aumento de 15,55%. No acumulado de 12 meses, os aumentos foram ainda mais expressivos, especialmente em Vitória e Goiânia.

A batata, pesquisada nas cidades do Centro-Sul, também apresentou aumentos consideráveis, com Porto Alegre e São Paulo registrando as maiores altas. Apesar disso, houve uma queda generalizada nos preços ao longo de 12 meses, atribuída à redução da oferta e à menor produtividade devido ao calor excessivo.

Fatores que contribuíram para as variações de preço

O Dieese atribui as variações de preço a uma série de fatores, incluindo a menor oferta global de café e as incertezas climáticas que afetam a safra brasileira. 

No caso da batata, a redução da oferta e a menor produtividade devido ao calor excessivo pressionaram os preços. 

Impacto do aumento dos preços na renda dos trabalhadores

O aumento dos preços dos alimentos essenciais tem um impacto direto na renda dos trabalhadores, especialmente aqueles que recebem o salário mínimo.

Um trabalhador remunerado pelo piso nacional compromete, em média, 53,52% da renda líquida para adquirir os itens da cesta básica, um aumento em comparação aos meses anteriores.

A necessidade de destinar uma parcela significativa da renda para a alimentação básica limita a capacidade de consumo em outras áreas, afetando o bem-estar geral das famílias.