Por quanto Elon Musk comprou o Twitter?
Em 2022, o bilionário Elon Musk comprou o antigo Twitter, que agora se chama X, por um valor notável de US$ 44 bilhões, ou aproximadamente R$ 242 bilhões. Para viabilizar essa compra, Musk contou com um financiamento de cerca de US$ 13 bilhões, proveniente de bancos como Morgan Stanley, Bank of America e Barclays.
Atualmente, a riqueza de Musk é estimada em cerca de US$ 243 bilhões, o que equivale a aproximadamente R$ 1,3 trilhão. Apesar desse montante significativo, a aquisição do Twitter contou com o apoio de sete instituições financeiras, que não pretendiam manter a dívida, mas sim revendê-la a potenciais investidores. Entretanto, passados dois anos desde a realização da compra, essa venda ainda não foi efetivada.
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Financiamento para a compra da rede social
A compra do Twitter foi realizada por meio de um “Leveraged Buyout” (LBO), ou compra alavancada. Nesse modelo, a empresa adquire a responsabilidade de emitir uma dívida, utilizando seus ativos como colateral. O ideal é que essa dívida se tornasse rentável devido à valorização do negócio, de modo que os ganhos esperados superassem os encargos financeiros relacionados à taxa de juros.
No entanto, os bancos não conseguiram transferir essa dívida conforme esperado. O objetivo era comercializar a dívida para liberar recursos destinados a outras operações, mas, após dois anos, ela continua sem compradores e, no jargão do setor, está “pendurada” nos balanços das instituições.
De acordo com a reportagem do WSJ, essa situação teve um efeito adverso nas carteiras de empréstimos dos bancos e na remuneração de suas equipes, sendo que os empréstimos têm um prazo de vencimento que varia de sete a oito anos.
Desvalorização do Twitter
Ademais, a empresa experimentou uma significativa queda em seu valor de mercado desde a compra. Em outubro de 2023, o X divulgou um valor de mercado de US$ 19 bilhões, o que equivale a menos da metade do montante que Musk pagou na aquisição. Essa desvalorização é atribuída, em grande medida, à baixa rentabilidade da plataforma em relação à publicidade, além de desavenças de Musk com anunciantes.
André Miceli, coordenador do MBA e Educação Executiva em Marketing e Negócios Digitais da FGV, fez uma análise sobre a situação: “A plataforma enfrentou uma intensa pressão para a saída de anunciantes. As escolhas de Elon Musk quanto à estrutura do produto geraram confusão; ele buscou novas formas de monetização, e o modelo de gestão se tornou bastante incerto.” Como consequência, em 2023, a rede social sofreu uma redução de 50% em sua receita publicitária.