Origem das placas tectônicas pode ter sido finalmente revelado

Recentemente, um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters revelou uma nova perspectiva sobre a origem das placas tectônicas e o que pode ter levado a formação deste fenômenos na Terra. 

Por anos, os cientistas estão tentando encontrar explicações que ajudem a entender não apenas a formação das placas, mas também o funcionamento delas, já que elas causam um impacto direto na superfície da Terra e são responsáveis por diversos fenômenos geológicos e geográficos, podendo causar terremotos e erupções vulcânicas. 

De acordo com a pesquisa, conduzida por uma equipe de cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, a colisão catastrófica entre a Terra e um planeta do tamanho de Marte, chamado Theia, pode ter sido o evento desencadeador não apenas da formação da Lua, mas também das placas tectônicas que conhecemos hoje.

Há bilhões de anos, a Terra e Theia se chocaram, resultando em um impacto que, além de criar a Lua, gerou um intenso calor no manto terrestre. Os pesquisadores acreditam que os restos de Theia se alojaram no interior da Terra, formando enormes “bolhas” de magma do tamanho de continentes próximos ao núcleo. 

Neste caso, as bolhas, compostas por material remanescente de Theia, teriam fornecido o calor necessário para iniciar a formação das primeiras placas tectônicas.

Evidências da hipótese

Cientistas encontraram evidências importantes nas colinas Jack Hills, localizadas na Austrália Ocidental. Lá, descobriram cristais de zircão que datam de mais de quatro bilhões de anos. A formação desses cristais está associada a processos de subducção de placas tectônicas, onde uma placa se move sobre outra. A descoberta sugere que a atividade tectônica começou logo após o impacto com o protoplaneta Theia, dando força à teoria proposta pelos pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

Entretanto, uma hipótese alternativa sugere que o próprio processo de formação do núcleo terrestre pode ter sido suficiente para gerar o calor necessário para a atividade tectônica. Se esta teoria for validada, a ideia de que as placas tectônicas se originaram a partir dos restos de Theia no manto terrestre seria desacreditada. Segundo esta visão, a diferenciação do núcleo da Terra poderia ter produzido o aquecimento necessário por conta própria.

Além de sugerir uma nova origem para as placas tectônicas, a pesquisa enfatiza a complexidade de recriar as condições da Terra primitiva. “Embora confiemos no nosso modelo, precisamos verificar se ele realmente representa a Terra como era”, disse Qian Yuan, autor principal do estudo, ao The New York Times, indicando que mais testes serão necessários para confirmar suas conclusões.

Placas tectônicas

As placas tectônicas são grandes blocos de rocha sólida que compõem a camada externa da Terra, conhecida como litosfera. Elas flutuam sobre a camada mais macia do manto e suas interações são responsáveis por muitos dos fenômenos geológicos, como terremotos, erupções vulcânicas e a formação de montanhas. 

Quando as placas tectônicas se movem, elas podem ficar presas nas bordas devido ao atrito. A energia acumulada é eventualmente liberada na forma de terremotos. As falhas geológicas, como a Falha de San Andreas na Califórnia, são locais onde ocorrem muitos terremotos devido ao movimento das placas.

A movimentação das placas no fundo dos oceanos pode causar sismos submarinos, que, por sua vez, podem gerar tsunamis. Os deslocamentos de água podem causar devastação em áreas costeiras, como visto no tsunami do Oceano Índico em 2004.

Para finalizar, conduzir estudos sobre esses fenômenos são essenciais não apenas para entender como eles funcionam, mas também para criar medidas preventivas que ajudam a evitar que eles aconteçam.