Óleo natural pode ajudar a proteger contra Alzheimer em pessoas com predisposição genética

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta milhões de pessoas no mundo todo, comprometendo gradualmente a memória, a capacidade de raciocínio e as funções cognitivas.

À medida que a condição avança, os pacientes enfrentam dificuldades em realizar atividades cotidianas, perdendo a independência e exigindo cuidados contínuos.

Embora a causa exata do Alzheimer ainda não seja completamente compreendida, fatores genéticos desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença.

Recentemente, um estudo científico trouxe novas perspectivas ao investigar o impacto de um óleo natural na saúde cerebral.

Óleo natural pode ajudar a proteger contra Alzheimer em pessoas com predisposição genética

De acordo com a pesquisa, pessoas que possuem predisposição genética para o Alzheimer podem se beneficiar do consumo de óleo de peixe, um suplemento rico em ácidos graxos ômega-3.

A descoberta sugere que o óleo pode contribuir para a proteção das células cerebrais e retardar o avanço de danos neurológicos em indivíduos com um perfil genético específico.

A pesquisa foi conduzida por cientistas da Oregon Health & Science University (OHSU), nos Estados Unidos, e publicada na renomada revista JAMA Network Open.

O estudo analisou o efeito do óleo de peixe em um grupo de 102 idosos com idade superior a 75 anos.

Todos os participantes apresentavam baixos níveis de ômega-3 no sangue no início do estudo, o que os tornava ideais para avaliar os impactos do suplemento na saúde cerebral.

Durante três anos, os pesquisadores acompanharam os voluntários, monitorando mudanças na estrutura do cérebro, especialmente na substância branca, que está relacionada à comunicação entre os neurônios.

Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: metade recebeu cápsulas diárias de óleo de peixe, enquanto a outra metade tomou um placebo contendo óleo de soja.

Ao final do período de acompanhamento, os dados revelaram que, no grupo geral, não houve uma diferença estatisticamente significativa entre os dois tratamentos.

No entanto, um resultado chamou a atenção: os indivíduos que carregavam o gene APOE4 – um fator genético associado a um risco aumentado de Alzheimer – apresentaram uma desaceleração na deterioração cerebral após um ano de suplementação com óleo de peixe.

O uso do óleo de peixe na prevenção contra o Alzheimer

Apesar dos achados promissores, os especialistas alertam que ainda não há evidências suficientes para recomendar o óleo de peixe como uma medida preventiva definitiva contra o Alzheimer.

A neurologista Lynne Shinto, uma das autoras do estudo, ressalta que, embora o suplemento não pareça causar danos, seu uso deve ser considerado com cautela.

A pesquisa abre caminhos para novas investigações sobre o papel dos suplementos nutricionais na prevenção de doenças neurodegenerativas.

Para aqueles com histórico familiar da doença, consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação continua sendo a melhor abordagem.