O que acontece no Brasil se Trump ganhar as eleições nos EUA? Analisamos

Com as eleições presidenciais dos Estados Unidos se aproximando, a possibilidade de Donald Trump retornar à Casa Branca está causando alvoroço em diversos governos ao redor do mundo. No Brasil, ministros e membros do governo Lula já estão avaliando as potenciais repercussões dessa mudança no cenário político internacional.

A relação entre os Estados Unidos e o Brasil, bem como com outros países da América Latina, pode sofrer transformações significativas dependendo do resultado eleitoral.

Relações com o Brasil e Argentina

Se Trump for eleito, uma das principais áreas de impacto seria a relação do Brasil com a Argentina. Atualmente, a situação econômica argentina é extremamente frágil, e o presidente Javier Milei necessitaria urgentemente de apoio financeiro para estabilizar a economia.

Com Trump na presidência, é provável que os Estados Unidos forneçam o suporte financeiro necessário a Milei, fortalecendo sua posição. Esse apoio poderia intensificar a postura de Milei contra o governo Lula, dado o histórico de tensões entre os dois líderes.

Política externa e diplomacia

Durante seu mandato, Trump manteve uma postura elogiadora em relação ao presidente russo Vladimir Putin e chegou a prometer acabar com a guerra na Ucrânia “dentro de 24 horas” se eleito novamente, sem detalhar como isso seria alcançado. Essa declaração gera preocupações de que a Ucrânia poderia ser pressionada a fazer concessões territoriais à Rússia. Outros pontos a considerar:

  • A relação de Trump com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi marcada por tensões. Ele frequentemente ameaçou retirar os Estados Unidos da aliança, caso os outros membros não aumentassem seus gastos com defesa para o nível acordado de 2% do PIB;
  • Uma nova presidência de Trump poderia reavivar essas tensões, potencialmente enfraquecendo a coesão da Otan e afetando a estabilidade global;
  • Trump é conhecido por suas políticas agressivas de imigração. Ele prometeu intensificar essas políticas caso retorne à Casa Branca, declarando que iniciaria “a maior operação de deportação doméstica da história americana”;
  • A postura mais rígida poderia impactar brasileiros vivendo nos EUA e alterar a dinâmica das relações migratórias entre os dois países.