Através de um comunicado oficial, o governo anunciou o novo valor do salário mínimo, que deve chegar a R$ 3.428 a partir deste mês. Dessa forma, os trabalhadores brasileiros poderão receber valores mais elevados, porém é importante esclarecer que nem todos terão direito a este valor.
De modo geral, os valores são referentes ao novo salário mínimo em São Paulo. Recentemente, foi divulgado o novo valor, que é acima de muitos pisos regionais do país, mas um estudo indica que ele deveria ser ainda maior.
A vida em grandes cidades como São Paulo apresenta inúmeras vantagens, mas também é mais cara, o que justifica a adoção de um piso regional pelo governo estadual. O estudo, conduzido pelo Anker Research Institute em parceria com o Cebrap e com apoio da Global Living Coalition, revelou a necessidade de um ajuste nesse valor mínimo.
Segundo o levantamento, o salário mínimo ideal para a capital paulista seria de R$ 3.428. Em contraste, para regiões litorâneas do estado, exceto Santos e Itapetininga, o valor adequado seria de R$ 2.518.
Neste caso, os valores foram calculados para garantir uma vida digna para os cidadãos, considerando uma família de quatro pessoas com duas rendas, onde o valor necessário para sustentar essa estrutura familiar seria de R$ 5.965. A pesquisa levou em conta a população economicamente ativa, com idades entre 29 e 59 anos.
O estudo abrangeu também outras regiões como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, interior do Piauí e algumas áreas do Ceará, mas apenas os dados referentes a São Paulo foram totalmente processados. A análise destaca a disparidade entre o atual salário mínimo e o custo de vida real na capital, sugerindo a necessidade de um aumento para atender às demandas básicas da população.
Detalhes do reajuste
Recentemente, São Paulo ajustou seu piso salarial regional, com um aumento superior à inflação dos últimos 12 meses. Esse novo valor, específico para o estado, entrou em vigor no dia 1º de junho. No entanto, o estudo sugere que, mesmo com esse aumento, o salário mínimo vigente ainda está aquém do necessário para proporcionar uma vida digna aos trabalhadores paulistanos.
Em comparação com o valor estabelecido em junho de 2023, o novo piso de R$ 1.640 representa um aumento de 5,8%. Esse reajuste também supera a inflação oficial dos últimos 12 meses, que foi de 3,93% de acordo com o IBGE. No primeiro ano da atual gestão, em 2023, houve aumentos significativos de 20,7% e 18,7% para as duas faixas existentes dos referenciais salariais, que eram de R$ 1.280 e R$ 1.306.
Além disso, a lei aprovada pela Alesp no ano anterior unificou o piso estadual para 70 categorias profissionais específicas que têm direito ao salário mínimo paulista. Com isso, a proposta de R$ 1.640 para 2024 equivale a reajustes acumulados entre 25,5% e 27,7% em relação ao salário mínimo paulista de 2022, enquanto a inflação acumulada nos últimos 24 meses é de 10,5% de acordo com o IPCA.
Outros estados
Além de São Paulo, outros estados também apresentam pisos regionais mais elevados que o piso nacional, determinado pelo Governo Federal. Neste caso, os principais são:
- Paraná: varia entre R$ 1.856,94 a R$ 2.134,88 ao mês, de acordo com a categoria;
- Rio de Janeiro: varia entre R$ 1.238,11 e R$ 3.158,96, de acordo com a categoria;
- Rio Grande do Sul: varia entre R$ 1.237,15 e R$ 1.567,81, de acordo com a categoria.
- Santa Catarina: varia entre R$ 1.215 e R$ 1.391, de acordo com a categoria.
Apesar disso, o valor ideal do salário mínimo não é atingido por nenhum estado. Segundo uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos), o valor ideal para uma família com quatro integrantes viver com boas condições, considerando saúde, alimentação, educação, lazer e outras questões deveria ser no valor de R$ 6.754,33.