Novo RG permite se declarar doador de órgãos; Veja Como

O novo RG agora permite que as pessoas se declarem doadores de órgãos diretamente no documento de identidade. Este avanço visa aumentar a conscientização e a comunicação sobre a intenção de doar, oferecendo uma solução prática e acessível para todos. A seguir, entenda como a nova carteira de identidade pode ajudar nesse processo e quais são os passos para se tornar um doador de órgãos.

Com a atualização da Carteira de Identidade, os cidadãos brasileiros podem agora incluir uma informação vital no verso do documento: a intenção de doar órgãos após a morte. Para que essa informação seja inserida, é necessário comunicar essa escolha no momento da emissão do novo RG. Ao fazer isso, a equipe médica poderá verificar rapidamente a intenção do falecido, facilitando o processo de doação ao informar a família.

Além da declaração de doador de órgãos, o novo documento também incluirá o tipo sanguíneo e o fator RH (positivo ou negativo), informações essenciais para a compatibilidade e rapidez no transplante de órgãos. Aqueles que já possuem essa sinalização em suas identidades antigas continuam válidos até 2032, mas aqueles que desejam atualizar ou incluir a informação devem emitir a nova carteira.

Novo Rg.
(Reprodução/internet)

Autorização Eletrônica do novo RG

Outro avanço significativo é a autorização eletrônica para doação de órgãos, lançada em abril deste ano. Este processo é completamente digital e pode ser realizado através do site oficial www.aedo.org.br. Para se declarar um doador, basta preencher o formulário disponível, enviá-lo e aguardar a confirmação dos dados em uma chamada de vídeo realizada pelo cartório. Após a confirmação, a Central Nacional de Doadores de Órgãos será informada da decisão, podendo consultar o CPF do doador e informar a família no momento oportuno.

A autorização eletrônica é gratuita e representa um grande passo para tornar o processo mais acessível e eficiente. Em apenas um mês desde o lançamento, mais de 4 mil pessoas registraram sua vontade de se tornarem doadoras, demonstrando a eficácia e aceitação desse novo método.

A Importância e os Desafios da Doação de Órgãos no Brasil

O Brasil é um dos líderes mundiais em transplantes de órgãos, mas ainda enfrenta desafios significativos para atender à demanda. Atualmente, mais de 43 mil pessoas aguardam por um transplante, sendo que a maioria precisa de um rim. A decisão de se declarar doador em vida e comunicar essa vontade à família é essencial para salvar vidas.

Para doar órgãos sólidos, como coração, fígado, intestino, pâncreas, pulmão e rim, é necessário que a pessoa tenha morte encefálica, com o coração ainda batendo, geralmente mantido por equipamentos médicos. A córnea, por outro lado, pode ser doada por qualquer pessoa, independente da causa da morte. Já a medula óssea pode ser doada em vida, sendo um procedimento de baixo risco.

Apesar de poucas restrições para doação, como infecções severas nos órgãos, HIV e algumas condições específicas, a doação é amplamente possível mesmo em casos de doenças como diabetes e hipertensão. Este fator amplia significativamente o pool de possíveis doadores, tornando ainda mais crucial a comunicação e registro da intenção de doar.