Novo leilão pode vender até 5 mil carros afetados pela enchente no RS; entenda melhor o caso

O leilão de carros afetados pela enchente no Rio Grande do Sul está em pleno crescimento, com estimativas de venda de até 5 mil veículos, de acordo com uma empresa do setor. Após a perda dos carros devido às fortes chuvas, os proprietários acionaram os seguros, que pagaram as indenizações e ficaram com os veículos, agora destinados a leilão.

O primeiro leilão ocorreu em junho, apenas duas semanas após os danos, e vendeu 111 veículos. A expectativa é de que as vendas aumentem nos próximos meses, atraindo uma ampla gama de compradores.

Leilão de carros das enchentes no RS.
(Reprodução)

Quem são os compradores que participam do leilão

Os leilões de carros danificados pela enchente atraem diversos perfis de compradores, desde pessoas que buscam veículos para uso próprio até comerciantes que veem uma oportunidade de revenda após reparos. O técnico em eletrônica Bruno Siqueira, por exemplo, costuma comprar veículos em leilões para revender, mas recentemente adquiriu uma caminhonete para presentear seu filho.

Os leilões são realizados tanto presencialmente quanto online, ampliando o alcance para interessados de todo o país. Os veículos são previamente higienizados e preparados, incluindo a retirada do óleo em alguns casos. Informações detalhadas, fotos e vídeos dos carros estão disponíveis para os compradores, que também podem visitar os pátios antes do leilão. Após a compra, os compradores são responsáveis por retirar os veículos dos depósitos.

Expectativas do mercado para os leilões

Consultorias apontam que cerca de 200 mil carros foram afetados pela enchente no Rio Grande do Sul entre abril e maio deste ano. Muitos desses veículos estão sendo vendidos em leilões por valores que variam de 45% a 60% do preço da Tabela Fipe. Em Nova Santa Rita, uma unidade logística conta com 6 mil veículos parados, dos quais 120 foram colocados à venda no primeiro leilão, com 111 arrematados.

A leiloeira Liliamar Pestana Gomes, que coordenou o primeiro leilão, destaca que os carros são vendidos no estado exato em que se encontram, após um processo de preparação. Bruno Manso de Siqueira, um dos compradores, menciona que veículos de leilão podem ser um bom negócio, geralmente vendidos por pouco mais de 50% do valor do bem. Após a compra, muitos compradores realizam reparos significativos antes de revender os veículos.

Apesar das oportunidades de negócios, muitos profissionais do setor de leilões e reparação de veículos foram duramente afetados pela enchente. O mecânico Rodrigo da Rosa, por exemplo, está focado na recuperação de sua oficina e dos carros reformados que ficaram debaixo d’água. Estima-se que 2,4 mil oficinas foram afetadas pela enchente, com 800 ainda fechadas.

Com a continuidade dos leilões e a crescente participação de compradores, o mercado espera uma recuperação gradual, oferecendo oportunidades para aqueles dispostos a investir em veículos danificados pela enchente.