Nova esperança no tratamento do Alzheimer: Anvisa aprova Kisunla, que promete retardar a doença

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um medicamento inovador para o tratamento do Alzheimer em seus estágios iniciais. 

O Kisunla, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly do Brasil, é um tratamento injetável que promete retardar a progressão da doença em adultos sintomáticos.

O medicamento é administrado mensalmente e é o primeiro tratamento aprovado no país que visa especificamente a placa amiloide, uma das principais causas do Alzheimer.

A medicação atua removendo essas placas do cérebro, o que pode retardar o avanço da doença e ajudar a preservar a cognição e a memória dos pacientes.

Como funciona o tratamento com Kisunla?

O tratamento com Kisunla é indicado para pacientes que apresentam comprometimento cognitivo leve ou demência leve devido ao Alzheimer.

Pacientes que não possuem um gene específico, conhecido como apolipoproteína E ε4 (ApoE ε4), não devem utilizar o medicamento. Este gene é identificado através de testes genéticos.

Estudos clínicos demonstraram que o Kisunla pode reduzir significativamente o declínio cognitivo em pacientes nos estágios iniciais da doença.

Durante um estudo de 18 meses, os participantes que receberam o medicamento mostraram uma diminuição considerável nas placas amiloides, um resultado promissor para o tratamento do Alzheimer.

Desafios e efeitos colaterais do uso do Kisunla

Embora o Kisunla represente um avanço importante, seu uso não está isento de desafios. Um dos principais efeitos colaterais associados ao medicamento é a ARIA, que são anormalidades de imagem relacionadas à amilóide. Este efeito pode causar inchaço temporário no cérebro e, em casos raros, sangramentos mais graves.

Além disso, reações alérgicas podem ocorrer durante ou logo após a infusão do medicamento. É fundamental que os pacientes sejam monitorados de perto para gerenciar qualquer efeito adverso que possa surgir durante o tratamento.

Adesão dos Estados Unidos

O Kisunla já recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos, mas enfrentou resistência na Europa, onde a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recusou sua autorização devido aos riscos associados à ARIA. 

Apesar disso, a aprovação no Brasil e nos EUA representa um passo significativo na luta contra o Alzheimer.

Com o avanço contínuo da pesquisa e o desenvolvimento de novos tratamentos, o Kisunla oferece uma nova esperança para pacientes e suas famílias. 

A expectativa é que, com o tempo, ele se torne uma parte essencial do arsenal terapêutico contra o Alzheimer, melhorando a qualidade de vida dos afetados.