Em uma missão de pesquisa realizada em abril de 2024, cientistas da NASA identificaram os vestígios de uma base militar secreta enterrada sob o gelo da Groenlândia.
A instalação, conhecida como Camp Century, foi construída pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria e permaneceu oculta por décadas, soterrada por camadas de neve e gelo.
A descoberta ocorreu durante testes com uma avançada tecnologia de radar, revelando detalhes impressionantes dessa estrutura subterrânea.
NASA faz descoberta incrível em uma base militar usada durante a Guerra Fria
A base descoberta pela NASA, originalmente erguida em 1959, fazia parte de um projeto militar estratégico, o Projeto Iceworm, que planejava armazenar mísseis nucleares em uma rede de túneis escondidos sob a camada de gelo.
Embora apresentada como uma instalação científica na época, a verdadeira finalidade militar foi mantida em sigilo até ser revelada nos anos 1990.
Com túneis se estendendo por mais de três quilômetros, Camp Century foi projetada como uma cidade autossustentável capaz de resistir às duras condições climáticas do Ártico.
A recente descoberta veio durante uma missão de calibração do sistema UAVSAR (Uninhabited Aerial Vehicle Synthetic Aperture Radar) instalado em uma aeronave Gulfstream III.
O instrumento, capaz de penetrar camadas de gelo com ondas de rádio, detectou estruturas sólidas a cerca de 30 metros abaixo da superfície.
Inicialmente, os pesquisadores não sabiam do que se tratava, mas ao analisarem os dados, confirmaram ser os restos de Camp Century.
A nova tecnologia de radar empregada pela NASA permitiu visualizar com precisão as características internas da base, revelando detalhes antes inacessíveis.
Diferente dos métodos convencionais, que produzem imagens bidimensionais, o UAVSAR gera mapas tridimensionais, oferecendo uma perspectiva mais completa da estrutura enterrada.
Descoberta da NASA levanta questões ambientais
Além do valor histórico, a descoberta da NASA levanta questões ambientais e científicas.
Estudos estão sendo conduzidos para avaliar o impacto potencial do derretimento das camadas de gelo, que pode expor resíduos químicos, biológicos e até radioativos deixados na base.
Pesquisadores esperam que essa nova tecnologia também seja útil para investigar o comportamento das calotas polares e prever mudanças no nível do mar diante do aquecimento global.
Embora tenha sido localizada por acaso, Camp Century agora serve como um lembrete das tensões geopolíticas do século passado e um campo de testes para novas ferramentas científicas que ajudarão a compreender melhor os segredos do gelo e os desafios climáticos do futuro.