Museus estão usando a tecnologia para se reinventar; entenda

Com os novos avanços tecnológicos, os museus ao redor do mundo decidem utilizar a tecnologia para reinventar a forma de contar a história. Neste caso, um dos grandes exemplos é o Louvre, em Paris, maior museu do mundo, que proporciona uma viagem completa pela história da humanidade através da tecnologia.  

Recentemente, o museu adicionou uma nova dimensão às visitas ao oferecer atividades como aulas de ioga entre esculturas, dança jamaicana e exercícios cardiorrespiratórios antes da abertura ao público. A iniciativa é uma tentativa de despertar o interesse dos visitantes e tornar a experiência mais interativa, seguindo uma tendência global de transformar visitas a museus em atividades dinâmicas.

Nos últimos anos, os museus enfrentam o desafio de atrair jovens cada vez mais conectados aos smartphones. Sobretudo como uma consequência da pandemia, que intensificou essa dificuldade, resultando em uma queda no número de visitantes, que não retornou aos níveis pré-pandêmicos. 

Além disso, a inflação na Europa diminuiu o poder de compra, tornando as visitas a museus menos prioritárias para muitas pessoas. A situação exige que os museus se reinventem para se manterem relevantes. Dessa forma, diversas instituições pelo mundo já estão se adaptando. 

Em Berlim, a Longa Noite dos Museus oferece eventos culturais que se estendem pela madrugada. Enquanto em Nova York, o MoMA PS1 organiza festas de música eletrônica. No caso de Londres, o Museu de História Natural permite visitas noturnas com dinossauros e até dormir no museu. Assim, as experiências imersivas e tecnológicas, como óculos 3D e exposições sensoriais, são adotadas para atrair e envolver novos públicos.

Em relação a Paris, a cena museológica é especialmente vibrante. O Museu d’Orsay, por exemplo, organiza um baile de gala e transforma uma sala histórica em uma suíte exclusiva para assistir à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. 

Tecnologia em museus brasileiros 

Desde o incêndio que devastou o Museu Nacional/UFRJ em 2018, o projeto de reconstrução, denominado Museu Nacional Vive, tem utilizado tecnologia avançada para acelerar seu progresso. A tecnologia BIM (Building Information Modeling) é fundamental nesse processo, integrando dados multidisciplinares em uma plataforma colaborativa na nuvem. 

Dessa forma, três ferramentas principais da empresa Construtivo estão em operação: Cintoo, BIM Track e Colaborativo, cada uma desempenhando um papel nas diferentes etapas do projeto, desde o escaneamento e a pesquisa arqueológica até a coordenação e gestão administrativa. Assim, a tecnologia está sendo utilizada para reconstruir o museu. 

Porém, outros museus também exploram a tecnologia para apresentar suas exposições, como é o caso do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, que conta com tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. Neste caso, o público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva. O museu utiliza a tecnologia em formas de imagens interativas e sons para expor todas as nuances da língua portuguesa. 

No caso do museu do Ipiranga, que foi reinaugurado no ano passado após um período de reformas, celebrou seus 90 anos com uma exposição imersiva reunindo tecnologia e história. Com o uso de óculos de realidade virtual, o público pode experienciar cada um dos prédios que compõem os chamados museus estatutários da Universidade de São Paulo — o Museu do Ipiranga (parte do Museu Paulista), o MAC (Museu de Arte Contemporânea da USP), o MZUSP (Museu de Zoologia da USP) e o MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia).

Para finalizar, o uso de tecnologia está cada vez mais presente na nossa vida e diferentes áreas se estão se adaptando com o uso de novas ferramentas para se conectar com público, sobretudo pessoas mais jovens.