Mulher de 119 anos que pode ir para o livro dos recordes deve ser estudada pela USP

Uma mulher brasileira de 119 anos, residente em Itaperuna, no estado do Rio de Janeiro, está prestes a entrar para o livro dos recordes como a pessoa mais velha do mundo. Deolira Glicéria Pedro da Silva, natural de Porciúncula, também no Rio de Janeiro, celebrou seu aniversário no último dia 10 de março. Se confirmada como a pessoa mais idosa do mundo, ela ultrapassará a marca de 117 anos, atualmente detida por uma residente da Catalunha, na Espanha, de acordo com o Guinness Book.

Entenda o caso da mulher que deve entrar para o livro dos recordes 

A família de Deolira acredita firmemente que ela supera a espanhola em longevidade, sendo considerada a mais idosa do planeta. “É difícil superar minha avó, viu? Ela era muito ativa em casa. Cuidava da casa, quintal, tratava dos porcos e das galinhas”, relatou uma das netas da idosa. Deolira tem uma extensa descendência, incluindo 20 netos, 40 bisnetos e 37 tataranetos, o que ressalta a importância de seu legado para sua família e comunidade.

Apesar da idade avançada, Deolira desfruta de uma saúde relativamente boa. Segundo seu médico geriatra, Dr. Juair de Abreu Pereira, ela permanece interativa e lúcida. Embora não caminhe mais devido a uma queda que resultou em fratura da bacia, Deolira não apresenta outras comorbidades significativas e não faz uso de medicamentos regularmente.

USP deve iniciar pesquisa em breve

A impressionante longevidade de Deolira despertou o interesse de pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-tronco da Universidade de São Paulo (USP). O sangue da idosa será analisado em laboratório, com o objetivo de compreender melhor os segredos por trás de sua longevidade excepcional. O estudo, coordenado pela doutora Mayana Zatz, visa explorar a contribuição genética para a longevidade e qualidade de vida em centenários brasileiros, uma população extremamente rara.

O doutor Mateus Vidal, pós-doutorando envolvido na pesquisa, destacou a importância de estudar casos como o de Deolira, que ultrapassam significativamente a expectativa de vida média. Ele ressaltou que a análise do sangue da idosa pode fornecer insights valiosos sobre os fatores genéticos que contribuem para a longevidade excepcional.

A participação de Deolira neste estudo não apenas oferece uma oportunidade única de entender os mecanismos por trás da longevidade, mas também destaca a importância de valorizar e reconhecer as contribuições das pessoas mais velhas para a sociedade. Enquanto aguarda a confirmação oficial de seu status como a pessoa mais velha do mundo, Deolira continua sendo uma fonte de inspiração e admiração para sua família, comunidade e para aqueles envolvidos na pesquisa científica sobre longevidade.