MP achou “só” R$ 42 milhões no patrimônio do maior bicheiro do Brasil
O bicheiro Rogério Andrade, figura conhecida no mundo dos jogos de azar, possui um patrimônio estimado em R$ 42 milhões, segundo levantamento do Ministério Público (MP) e da Polícia Civil. A fortuna inclui imóveis de luxo, como um mega-apartamento na Barra da Tijuca e uma casa em Angra dos Reis, além de carros e iates de alto padrão.
Além disso, é importante destacar que o valor de R$ 42 milhões é apenas o montante rastreado pelo MP. Ou seja, o patrimônio pode ser muito maior do que o especulado durante as últimas semanas.
A família Andrade tem uma longa história em Angra dos Reis, onde possui um terreno de 97 mil metros quadrados avaliado em R$ 40 milhões. O local, com duas mansões, é alvo de disputa judicial entre herdeiros do patriarca Castor de Andrade.
O inventário de Castor Andrade também revela uma casa no Joá, Zona Sul do Rio, e dois apartamentos em Copacabana. Além disso, a Polícia Civil e o Ministério Público descobriram que Rogério Andrade utilizava empresas de fachada e estabelecimentos para lavar dinheiro proveniente da exploração de jogos de azar, incluindo uma fazenda de 20 hectares na Bahia.
A Justiça determinou operação de busca e apreensão em 26 endereços ligados a Rogério Andrade, visando aprofundar as investigações sobre a origem e a movimentação de seu patrimônio.
MP explica como funcionam as investigações sobre os bicheiros no Brasil
O jogo do bicho, apesar de ser uma contravenção penal no Brasil, ainda movimenta milhões de reais anualmente. As investigações para combater essa prática ilegal envolvem diversas instituições e estratégias, visando desmantelar as organizações criminosas por trás do jogo e apreender os recursos financeiros envolvidos.
A Polícia Civil é a principal responsável pelas investigações do jogo do bicho. As ações incluem:
- Monitoramento e infiltração: Agentes acompanham de perto os pontos de apostas, identificando os responsáveis e a estrutura da organização.
- Interceptações telefônicas e telemáticas: Com autorização judicial, as conversas e mensagens dos suspeitos são monitoradas para obter provas e informações sobre o esquema.
- Operações de busca e apreensão: Mandados judiciais são cumpridos para apreender dinheiro, materiais de apostas, documentos e outros objetos relacionados ao jogo.
- Prisões em flagrante e preventivas: Os envolvidos são presos durante as operações ou com base em mandados de prisão preventiva, quando há risco de fuga ou interferência nas investigações.
O combate ao jogo do bicho envolve a cooperação entre diversos órgãos, como:
- Ministério Público: Responsável por oferecer denúncias e acompanhar as ações penais contra os envolvidos.
- Receita Federal: Investiga a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro relacionada ao jogo.
- Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras): Analisa as transações financeiras suspeitas e comunica às autoridades competentes.
As investigações enfrentam desafios como a complexidade das organizações criminosas, a utilização de empresas de fachada e a dificuldade de comprovar a ligação do dinheiro apreendido com o jogo do bicho. No entanto, o uso de novas tecnologias e a cooperação entre os órgãos têm contribuído para o desmantelamento de diversas quadrilhas e a apreensão de recursos significativos.