O governo federal deu início à concessão de microcrédito para famílias inscritas no Cadastro Único, em especial aquelas atendidas pelo Bolsa Família, com a meta de impulsionar a inclusão socioeconômica e fomentar o empreendedorismo.
A iniciativa, que integra o programa Acredita no Primeiro Passo, foi formalmente lançada pelo Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, na última quinta-feira (4/07).
Ministro autoriza os primeiros empréstimo do Bolsa Família
O programa visa principalmente apoiar famílias de baixa renda, oferecendo um microcrédito produtivo orientado para empreendedores pessoa física ou jurídica (que já tem um CNPJ, os MEIs) e fazem parte do programa Bolsa Família.
O fundo inicial de R$ 500 milhões, disponibilizado pelo Fundo Garantidor de Operações (FGO), pretende alavancar até R$ 2,5 bilhões em empréstimos, com uma projeção conservadora de inadimplência em torno de 20%.
Entretanto, se os níveis de inadimplência mantiverem-se baixos, como observado entre 6,4% e 8,5% no período recente, o valor total de crédito concedido pode chegar a R$ 6 bilhões.
Segundo o secretário de Inclusão Socioeconômica, Luiz Carlos Everton, os recursos podem gerar um impacto significativo, beneficiando até 1,2 milhão de pessoas com um tíquete médio de R$ 10 mil por operação.
As famílias beneficiadas serão, em sua maioria, grupos familiares vulneráveis atendidos pelo Bolsa Família e que são chefiadas por mulheres, além de pequenos produtores rurais que atuam na informalidade.
A medida inclui não apenas a concessão do crédito, mas também um forte componente de capacitação e qualificação profissional.
O apoio técnico é fornecido por entidades do Sistema S e agentes habilitados, que auxiliam as famílias na elaboração de planos de negócios e na implementação de seus empreendimentos.
Esta assistência personalizada visa reduzir a inadimplência, um problema enfrentado por programas anteriores, como o SIM Digital, lançado em 2022.
Bancos já liberam empréstimo do Bolsa Família, e ampliação pode ocorrer em 2025
O governo federal também garantiu uma doação de 20 milhões de euros do banco de desenvolvimento alemão KfW, destinada a reforçar o FGO.
Para 2025, está prevista a injeção de mais R$ 500 milhões no fundo, com o objetivo de ampliar ainda mais o alcance do programa. Ou seja, mais beneficiários do Bolsa Família poderão aproveitar a linha de crédito no ano que vem.
Os bancos autorizados a operar a linha de crédito incluem o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste. No Ceará, onde a parceria já foi formalizada, o Banco do Nordeste atua como o principal operador financeiro do programa.
O governo também está em negociação com outras instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal e bancos privados, para expandir a oferta de microcrédito.
O ministro Wellington Dias destacou a importância do programa para a redução da pobreza e a promoção do desenvolvimento econômico.
Segundo ele, o CadÚnico atualmente conta com 4,6 milhões de inscritos que já possuem CNPJ, além de 19 milhões de empreendedores informais que podem se beneficiar do crédito acessível.
Com a autorização dos primeiros empréstimos, o governo espera não apenas proporcionar uma alternativa de renda para as famílias de baixa renda, mas também estimular o crescimento econômico ao ampliar o acesso ao crédito com condições favoráveis e suporte técnico adequado.
Assim, o programa Acredita no Primeiro Passo representa uma nova esperança para milhões de brasileiros, promovendo a inclusão produtiva e a independência financeira das famílias mais vulneráveis.