Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que deve liberar o “Green Card”, como é chamado o visto de residência permanente americano, para mais de 500 mil imigrantes e regularizar as condições de imigração destas pessoas vivendo no país. A medida é considerada a maior ação destinada a imigrantes desde 2012.
Segundo informações cedidas pelo Congresso norte-americano, a intenção é oferecer o visto a pessoas vivendo no país por, pelo menos, 10 anos, sendo válido para cônjuges de cidadãos americanos e que tenham se casado até dia 17 de junho. Ao obter o visto, as pessoas poderão trabalhar legalmente no país e evitar que sejam deportadas como imigrantes ilegais.
Ao todo, a Casa Branca acredita que 500 mil cônjuges devem ser beneficiados pela nova lei. Além disso, é possível que 50 mil jovens, com menos de 21 anos, também possam ser beneficiados, por serem filhos de imigrantes com um cidadão americano e carecem de regularização na cidadania.
Dessa forma, quem se qualificar para receber o “Green Card” terá um prazo de três anos para solicitar a residência permanente nos Estados Unidos e também poderão solicitar uma autorização de trabalho de três anos, vivendo sob “liberdade condicional”. Os maiores beneficiados pela medida devem ser imigrantes mexicanos vivendo no país há anos.
Por enquanto, a medida ainda não está em vigor, mas o que foi informado para a mídia americana é que o processo deverá abrir até o final de setembro, sendo possível que as pessoas consigam se cadastrar para conseguir o “Green Card”.
Procura de “Green Card” entre brasileiros aumenta
Mesmo antes da nova medida anunciada por Joe Biden, a procura do “Green Card” entre os imigrantes brasileiros já era grande. Porém, o número bate recordes nos últimos, demonstrando um aumento expressivo em relação aos anos anteriores.
Em 2023, o número de brasileiros que receberam a residência permanente nos Estados Unidos atingiu um recorde histórico, com um aumento de 16% em relação a 2022, conforme dados do Departamento de Segurança Interna dos EUA analisados pelo escritório AG Immigration.
No total, 28.050 brasileiros obtiveram o green card, colocando o Brasil na décima posição entre os países que mais receberam o benefício, atrás de México, Índia, Cuba, República Dominicana e China.
Leda Oliveira, CEO da AG Immigration, destaca que esses números evidenciam uma tendência contínua de “fuga de cérebros”. “Nos últimos cinco anos, foram registrados os quatro maiores volumes anuais de emissão de green cards para brasileiros. É uma tendência notável”, explica a executiva.
A emissão dos documentos está sendo impulsionada pela combinação de dois fatores. Primeiro, a escassez de mão de obra nos EUA, que eleva os salários e incentiva a contratação de imigrantes, e segundo, pela estagnação político-econômica do Brasil, que gera desesperança e falta de oportunidades financeiras.
Os green cards concedidos a brasileiros são emitidos com base em laços familiares ou oportunidades de emprego. Muitos imigrantes se qualificam devido a parentes que já são residentes ou cidadãos americanos, enquanto outros recebem o visto por motivos profissionais, seja através de ofertas de trabalho específicas ou pela busca de novas oportunidades no mercado americano.