Itaú, Bradesco, Santander podem estar com os dias contados
Bancos tradicionais como Santander, Bradesco e Itaú, que há anos desempenham um papel importante na vida financeira dos brasileiros, estão percebendo uma mudança significativa no comportamento dos clientes. Cada vez mais, os consumidores estão optando por migrar para plataformas digitais, como Nubank e Inter, que se destacam pela agilidade e acessibilidade em seus serviços.
A introdução das fintechs, que proporcionam comodidades como a resolução de serviços diretamente pelo celular e a eliminação de tarifas excessivas, está levando os consumidores a reconsiderar a maneira de gerenciar suas finanças. A época de filas, burocracia e idas às agências está sendo gradualmente substituída por alternativas mais rápidas e convenientes.
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A mudança no setor financeiro é claramente refletida nos números. Em 2023, o Banco do Brasil viu cerca de 3 milhões de clientes migrarem para bancos digitais, reforçando a tendência crescente de adesão a essas plataformas. Atualmente, cerca de 64% dos brasileiros optam por usar bancos digitais em detrimento dos tradicionais, principalmente devido à experiência mais simples e às condições mais vantajosas oferecidas pelas fintechs.
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Avanço dos bancos digitais
Um estudo publicado em junho deste ano, chamado “Panorama do Sistema Bancário Brasileiro” e realizado pela consultoria global Oliver Wyman, da Marsh McLennan, mostrou que as instituições financeiras digitais já ultrapassaram os bancos tradicionais no número de correntistas.
Essa transformação é liderada, em grande parte, pela geração Z, que inclui jovens de 18 a 29 anos e representa 21% da população brasileira. Segundo a pesquisa, 89% dos correntistas dessa faixa etária têm conta em bancos digitais, em contraste com apenas 76% que mantêm contas em instituições tradicionais.
A pesquisa foi conduzida com 3 mil consumidores bancarizados, todos com mais de 18 anos, abrangendo todas as cinco regiões do Brasil. As entrevistas ocorreram entre abril e maio deste ano.
Tentativas do Itaú e Bradesco
A crescente presença dos bancos digitais levanta dúvidas sobre a viabilidade do modelo tradicional. No entanto, é prematuro concluir que os bancos físicos irão desaparecer por completo. Várias instituições já estão investindo em soluções digitais; por exemplo, o Itaú lançou o Iti, e o Bradesco criou o Next, ambos focados no público jovem. Entretanto, muitos consumidores ainda percebem essas plataformas como meras extensões dos serviços físicos, sem a verdadeira inovação que os bancos digitais proporcionam.
O principal desafio enfrentado pelos bancos tradicionais é a adaptação ao novo panorama. Sustentar uma ampla rede de agências físicas é custoso, e a burocracia, além da lentidão no atendimento, são queixas frequentes.
Adicionalmente, a resistência interna à mudança representa um grande empecilho. Funcionários que estão habituados aos métodos antigos podem encontrar dificuldades em se adaptar às novas tecnologias, o que retarda o processo de modernização.