IPCA-15 de maio registra aumento de 0,44%, abaixo das expectativas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país, apresentou um aumento de 0,44% em maio, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Esse resultado representa uma aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice havia subido 0,21%. No mesmo período do ano anterior, em maio de 2023, o IPCA-15 tinha registrado uma elevação de 0,51%.

IPCA-15
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Impacto das enchentes e da gasolina

O período de coleta de preços do IPCA-15, que ocorreu de 16 de abril a 15 de maio, foi marcado pelos efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. As fortes chuvas que atingiram a região, especialmente no início de maio, influenciaram os resultados. No entanto, mesmo com esse contexto adverso, o resultado de maio ficou abaixo das projeções de analistas, que esperavam uma alta de 0,47%.

Um dos principais fatores que contribuíram para o aumento do IPCA-15 em maio foi o preço da gasolina, que registrou uma variação de 1,90% e teve um impacto de 0,09 ponto percentual no índice.

Apesar da aceleração em maio, o IPCA-15 acumulado em 12 meses ficou em 3,70%, ligeiramente abaixo dos 3,77% registrados até abril. Essa variação está dentro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central para 2024, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. No acumulado até maio deste ano, a alta acumulada é de 2,12%.

O IPCA é um indicador importante, pois reflete diretamente no poder de compra da população. Quando o índice está alto, significa que o valor do dinheiro diminui, já que os preços dos produtos e serviços estão aumentando mais rapidamente do que os salários. Isso impacta diretamente o orçamento das famílias, que precisam lidar com o aumento dos custos de vida.

Relação do IPCA-15 com a política monetária

A taxa básica de juros, conhecida como Selic, é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando o IPCA sobe acima da meta estabelecida, o Banco Central pode optar por aumentar a Selic para reduzir o consumo e conter a alta dos preços. Por outro lado, se a inflação está abaixo da meta, o Banco Central pode reduzir a Selic para estimular a atividade econômica e o consumo.

Em resumo, o IPCA-15 de maio reflete uma aceleração da inflação, mas ainda dentro das expectativas do Banco Central. No entanto, o comportamento futuro da inflação dependerá de uma série de fatores, incluindo o cenário econômico global, a política monetária e os desdobramentos da pandemia de COVID-19.