Inverno mais quente que o normal: Veja as previsões para Junho, Julho e agosto de 2024

Embora o Brasil esteja passando por uma onda de frio nos últimos dias, pesquisas indicam que o inverno pode ser mais quente que o normal, conforme está previsto para junho, julho e agosto de 2024. Os próximos meses prometem trazer um inverno atípico para os brasileiros. 

Com o término do fenômeno El Niño e a possível chegada de La Niña, as previsões meteorológicas indicam um cenário de temperaturas acima da média e padrões climáticos incomuns para a estação mais fria do ano.

De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), há uma probabilidade de 49% de ocorrência do fenômeno La Niña entre junho e agosto, aumentando para 69% entre julho e setembro. Com isso, espera-se um inverno com características bastante distintas:

  • Temperaturas elevadas: A expectativa é de um inverno mais quente, com ondas de calor previstas especialmente para agosto e setembro. Embora ainda ocorram alguns dias frios, eles serão menos frequentes do que os períodos de calor.
  • Redoma de calor: A área central do país, incluindo o Sudeste e o Centro-Oeste, deverá enfrentar uma persistente “redoma de calor”. Este fenômeno dificultará a chegada de frentes frias, resultando em menos dias chuvosos e condições de seca em diversas regiões.
  • Chuvas e secas: A redução de chuvas será significativa, principalmente no Centro-Sul do Brasil, devido ao resfriamento dos oceanos provocado por La Niña. Isso aumentará o risco de estiagem, afetando negativamente a agricultura e os recursos hídricos na região.

Diferenças entre La Niña e El Niño 

Ambos os fenômenos, seja o El Niño ou o La Niña, são parte da Oscilação Sul (Enos). Enquanto o El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, o La Niña corresponde ao seu resfriamento, devido ao aumento da ressurgência na costa oeste sul-americana provocada por ventos alísios mais intensos.

O fenômeno La Niña ocorre a cada intervalo de dois a sete anos, com duração de nove meses. Durante esse fenômeno, as regiões do leste e sudeste asiáticos e os países da Oceania experimentam chuvas intensas e aumento das temperaturas, enquanto a costa oeste da América do Norte e a América Central têm frio intenso, com a combinação de tempo frio e chuvas volumosas, assim como toda a costa pacífica sul-americana.

Nos estados brasileiros, o fenômeno apresenta algumas mudanças climáticas que podem ser preocupantes, como secas severas e muito calor na região Sul e chuvas torrenciais no Norte e Nordeste, com chances de alagamentos e enchentes. 

Consequências no Brasil 

No Sul do Brasil, bem como na Argentina e no Uruguai, há um risco maior de estiagem e geadas tardias. A ausência de chuvas regulares nessas áreas pode prejudicar tanto as colheitas quanto às reservas de água, afetando a produção agrícola e o abastecimento hídrico.

No Norte e Nordeste do Brasil, a situação é diferente. A previsão é de chuvas acima da média, o que pode ser benéfico para a agricultura local. No entanto, essa mesma abundância de precipitação traz consigo o risco de enchentes e deslizamentos de terra, que podem causar sérios danos às comunidades e infraestruturas locais.

Já no Centro-Oeste do Brasil, é esperado um atraso nas chuvas da primavera, o que pode afetar o ciclo agrícola da região. Esse atraso impacta diretamente a preparação do solo para a próxima safra, podendo comprometer a produtividade e o planejamento dos agricultores.

Dessa forma, os especialistas alertam para a singularidade de cada evento de La Niña, tornando difícil a previsão precisa de sua intensidade e impactos específicos. Portanto, embora sua chegada possa ser antecipada, ainda há incertezas sobre seu comportamento exato e consequências. 

Neste caso, é fundamental que autoridades, agricultores e comunidades estejam atentos às previsões e tomem medidas adequadas para diminuir os possíveis impactos da La Niña no Brasil.