Influenciadoras do jogo do Tigrinho recebiam o Bolsa Família
Três influenciadoras digitais, conhecidas por ostentar uma vida de luxo nas redes sociais – e que descobriu-se que eram beneficiárias do Bolsa Família – estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Goiás por conta de crimes como estelionato, exploração de jogos de azar e lavagem de dinheiro.
Apesar de exibirem roupas de grife, acessórios de alto padrão e uma rotina de viagens internacionais, o que mais chamou a atenção do país é que as investigadas ainda recebiam benefícios sociais do governo federal, como o atual Bolsa Família e até mesmo o antigo Auxílio Brasil.
Influenciadoras do jogo do Tigrinho recebiam o Bolsa Família
As mulheres beneficiárias do Bolsa Família, com idades entre 24 e 31 anos, utilizavam suas redes sociais, onde acumulam quase 700 mil seguidores, para promover plataformas de jogos de azar.
A estratégia consistia em mostrar ganhos financeiros expressivos, criando a ilusão de lucro fácil para atrair novos participantes.
Contudo, segundo as investigações, as plataformas divulgadas pelas influenciadoras funcionavam de forma desigual, garantindo vantagens apenas para os organizadores do esquema.
A “Operação Garras Virtuais”, conduzida pelo Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri), realizou buscas nas residências das suspeitas em Cristalina e Luziânia, cidades do entorno do Distrito Federal, e também em São José dos Campos, no estado de São Paulo.
Durante a ação, diversos itens de alto valor, que frequentemente apareciam nas postagens das influenciadoras, foram apreendidos.
Entre os bens confiscados estão bolsas e sapatos de marcas como Gucci e Versace, óculos de sol de luxo, perfumes importados e veículos de alto padrão.
Além disso, os agentes localizaram computadores de última geração, máquinas de pagamento e um escritório supostamente usado para a administração das atividades ilegais.
A Justiça também determinou o bloqueio dos bens das investigadas.
Contraste de ostentação com o Bolsa Família
Apesar de toda a ostentação, as suspeitas continuavam inscritas em programas sociais. Uma delas, inclusive, recebia mensalmente R$ 750 do Bolsa Família até abril deste ano.
Essa contradição chamou a atenção dos investigadores, que suspeitam que os benefícios sociais podem ter sido usados para encobrir os lucros ilícitos.
As investigações ainda estão em curso e indicam que o esquema pode ser mais amplo do que o inicialmente identificado.
Caso confirmadas as acusações, as influenciadoras poderão enfrentar processos criminais e até mesmo penas de prisão.
O caso reforça os desafios no combate ao uso indevido de benefícios sociais e à exploração de esquemas fraudulentos por meio das redes sociais.