IBGE revela dados que mostra recordes no abate de bovinos no primeiro trimestre de 2023

O primeiro trimestre de 2024 registrou um marco histórico no setor pecuário brasileiro com o abate de 9,3 milhões de cabeças de bovinos. Este número representa um aumento de 24,6% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, do Leite, do Couro, e da Produção de Ovos de Galinha, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Este crescimento reflete uma ampla oferta de animais após um período de maior retenção de fêmeas, resultando em um impacto significativo no mercado de carne.

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IBGE revela dados que mostra recordes no abate de bovinos no primeiro trimestre de 2023 2

Análise do Aumento no Abate de Bovinos

O supervisor das Estatísticas de Produção Pecuária do IBGE, Bernardo Viscardi, explicou que o aumento recorde no abate de bovinos é resultado de um ciclo econômico específico. Entre 2019 e 2022, os preços elevados dos bezerros incentivaram a retenção de fêmeas para reprodução.

No entanto, desde 2022, observou-se uma inversão deste ciclo, com a queda nos preços dos bezerros e o consequente aumento no abate de fêmeas. No primeiro trimestre de 2024, o abate de fêmeas aumentou 28,2%, estabelecendo um novo recorde para esta categoria, enquanto o abate de machos subiu 21,7%.

Janeiro de 2024 foi o mês de maior atividade, com um abate total de 3,15 milhões de cabeças, um aumento de 23,7% em relação a janeiro de 2023. Esse volume elevado de abate resultou em uma produção de 2,398 milhões de toneladas de carcaças bovinas, um aumento de 24,1% em comparação ao primeiro trimestre de 2023. Este aumento na oferta de carne bovina resultou em uma desvalorização do preço da carne, afetando também os mercados de carne suína e de frango.

Impactos Regionais e Setoriais

O crescimento no abate de bovinos foi observado em 23 das 27 unidades da federação, com destaque para Mato Grosso, Goiás e São Paulo, que apresentaram os maiores aumentos absolutos. Mato Grosso manteve-se como o principal estado em abate de bovinos, representando 18,3% do total nacional, seguido por Goiás (10,8%) e São Paulo (10%).

Além do impacto no mercado de carne, o aumento no abate de bovinos influenciou também a produção de couro. Os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro do IBGE declararam ter recebido 9,321 milhões de peças inteiras de couro cru, um aumento de 19,9% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Mato Grosso liderou a aquisição de couro cru para processamento, seguido por Goiás e Mato Grosso do Sul.

O recorde no abate de bovinos no primeiro trimestre de 2024 reflete as dinâmicas complexas do setor pecuário brasileiro, influenciadas por ciclos de retenção de fêmeas e flutuações nos preços dos bezerros. Com uma oferta abundante de carne bovina, o mercado observou uma desvalorização dos preços, afetando também os mercados de carne suína e de frango.

Regionalmente, estados como Mato Grosso, Goiás e São Paulo lideraram o aumento no abate, contribuindo significativamente para o recorde nacional. Este cenário destaca a importância de entender as tendências econômicas e setoriais para antecipar mudanças no mercado e planejar estratégias adequadas para o futuro.