IBGE confirma que valor da cesta básica do Bolsa Família diminuiu em janeiro

O poder de compra dos beneficiários do novo Programa Bolsa Família diminuiu em janeiro de 2024 por conta da alta da inflação, e portanto, a cesta básica que pode ser comprada por estes beneficiários será um pouco menor no primeiro mês deste ano em comparação com os meses anteriores. Isso porque, em janeiro, a prévia da Inflação registrou uma alta de 0,31%, indicando a redução do poder de compra de todos os brasileiros.

A informação foi divulgada hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, o IBGE. Segundo o instituto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,55% em janeiro. E entre os grupos avaliados, o grupo de “Alimentos e Bebidas” foi o que registrou a maior alta de preços, prejudicando principalmente as famílias mais vulneráveis.

Poder de compra da cesta básica pelos beneficiários do Bolsa Família diminuiu

De acordo com o levantamento, a medição do aumento dos preços somente no grupo dos “Alimentos e Bebidas” registrou um aumento de 1,54% de dezembro de 2023 para janeiro de 2024. O último mês do ano passado havia registrado inflação de 0,54% neste grupo, o que significa que foi ele o responsável pela maior fatia da prévia da inflação geral do primeiro mês deste ano.

Para que os brasileiros possam entender melhor o aumento de preços explicado acima, o IBGE divide o grupo dos “Alimentos e Bebidas” em dois subgrupos. O primeiro é “Alimentação em Domicílio”, que registrou um aumento de preços de 2,04%. Ele mede a alta dos preços de produtos que são comprados in natura, ou seja, alimentos crus que serão preparados em casa.

Já o segundo subgrupo é “Alimentação Fora do Domicílio”, que registrou desaceleração de 0,24% em janeiro na comparação com dezembro do ano passado. Este subgrupo representa a variação dos preços de produtos consumidos fora de casa, como lanches e pratos em restaurantes, por exemplo. Veja abaixo a variação dos preços de produtos destes dois subgrupos na comparação entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024:

  • Batata-inglesa: subiu 25,95%;
  • Tomate: subiu 11,19%;
  • Arroz: subiu 5,85%;
  • Frutas: subiram 5,45%;
  • Carnes: subiram 0,94%;
  • Refeições prontas: subiram 0,32%;
  • Lanches: subiram 0,16%.

Bolsa Família não recebeu reajustes em 2024

Diante da alta de preços dos alimentos no primeiro mês de 2024, é importante destacar que os mais de 21 milhões de grupos familiares que vivem em situação de vulnerabilidade social, e que por conta disso são atendidos pelo novo Programa Bolsa Família, seguirão recebendo ao longo deste novo ano os mesmo valores que receberam durante 2023.

A informação foi confirmada em diversas entrevistas que o ministro do Desenvolvimento Social (MDS), Wellington Dias, concedeu ainda no final do ano passado. Segundo o ministro, não haverá neste ano nenhum aumento nos valores que os beneficiários do programa social recebem, nem mesmo para corrigir a perda do poder de compra causada pela inflação.

Ainda de acordo com Dias, um novo reajuste pode acontecer somente em 2025, mas com algumas condições. O governo federal deverá avaliar a maneira como a economia do país irá se comportar neste ano, e se houver crescimento e ambiente favorável, um possível aumento do benefício começará a ser discutido, podendo ser implementado no ano seguinte.

“Vamos discutir no próximo ano. Neste ano, não tratamos disso [do reajuste]. Às vezes o governante quer reajustar o salário do servidor, quer dar o reajuste no salário mínimo, no Bolsa Família. Mas temos de lidar com a realidade, e a realidade às vezes é cruel, então vamos esperar a conjuntura de 2024. Eu estou muito otimista.”

Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (entrevista ao Estadão em 20/10/2023)